sexta-feira, 14 de março de 2008

4º Prêmio Educar para Igualdade Racial

Pernambuco promove I Conferência Estadual de Políticas Públicas de Juventude




O Governo do Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria Especial de Juventude e Emprego, em conjunto com organizações da Sociedade Civil, promove nos dias 04, 05 e 06 de abril, no Centro de Convenções, em Olinda-PE, a I Conferência Estadual de Políticas Públicas de Juventude.

Além do tema “Levante sua Bandeira” e dos objetivos da Conferência Nacional, a etapa estadual agrega um objetivo próprio referente ao aperfeiçoamento do Plano Estadual de Juventude. Com isso, acredita-se que esta Conferência representa um passo importante na consolidação de processos de participação juvenil na definição, implementação, acompanhamento e controle das políticas voltadas aos jovens de Pernambuco e do Brasil.

Resultado de um processo de construção, que passa pela realização das Conferências Municipais, eletivas e preparatórias e de outras modalidades de Conferências, como as Livres, Virtual e da Consulta às Populações Tradicionais, a I Conferência Estadual de Políticas Públicas de Juventude está com inscrições abertas.

APRESENTAÇÃOA Primeira Conferência Estadual de Políticas Públicas de Juventude constitui-se um importante processo de participação, formação e diálogo com a sociedade pernambucana sobre o tema juventude. Pela primeira vez o Governo Estadual, por meio da Secretaria Especial de Juventude e Emprego, em conjunto com organizações da Sociedade Civil, organiza uma conferência governamental de âmbito Estadual e – para tanto – convida seus parceiros nas regiões do estado, para mobilizar e organizar as diferentes etapas desse amplo processo que representa um passo fundamental no desenvolvimento das políticas públicas de juventude. A realização da I Conferência Estadual de Políticas Públicas de Juventude é resultado de um processo de construção, que passa pela realização das Conferências Municipais, eletivas e preparatórias e de outras modalidades de Conferências, como as Livres, Virtual e da Consulta às Populações Tradicionais.

PERÍODO E LOCAL DE REALIZAÇÃO04, 05 e 06 de Abril de 2008 – Centro de Convenções de Pernambuco/ Olinda

PÚBLICO - Gestores de Políticas Públicas de Juventude (Estadual e Municipal), especialistas, gestores de Entidades de Apoio às Juventudes, Organizações, Associações e Coletivos Juvenis (jovens rurais, urbanos, índios, negros e negras, portadores de necessidades especiais, entre outros, do Estado de Pernambuco)

OBJETIVO - Construir diretrizes para o aperfeiçoamento do Plano Estadual de Juventude e da Política Nacional de Juventude, para consolidar processos de participação juvenil na definição, implementação, acompanhamento e controle das políticas voltadas aos jovens pernambucanos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS-Sistematizar as propostas e demandas para aperfeiçoar o Plano Estadual de Juventude e a Política Nacional de Juventude; - sensibilizar jovens e atores, que atuam com a juventude, para a importância do acompanhamento de ações públicas voltadas para esse segmento etário; - informar as principais realizações do Governo Federal e Estadual, bem como seus principais planos em benefício de jovens; - refletir sobre demandas e estratégias de solução de problemas que afetam os jovens das diferentes regiões do estado.


PROGRAMAÇÃO1º dia - 04/04/08 – sexta

14h – Início do Credenciamento dos Delegados a Etapa Estadual, até às 20h (Pavilhão);
17h – Coffee Break (Praça de Alimentação);
18:30 – Abertura da Etapa Estadual (Auditório Central);
19:30 – Conferência de Abertura – Política Nacional de Juventude/ Sr. Beto Cury - Secretário Nacional de Juventude (Auditório Central) ;

2º dia – 05/04/08 – sábado

08h – Abertura do Credenciamento dos Delegados à Etapa Estadual, até às 14h (Pavilhão);
08h – Apresentação do IDJ: Júlio Jacobo (Auditório Central);
09h – Apresentação do Dialogando com a Juventude e do Plano Estadual de Juventude: SEJE (Auditório Central);
10h – Grupos de Trabalho: Política Estadual de Juventude(15 GT´s);
12h – Almoço (Praça de Alimentação);
14h – Início do Credenciamento dos Suplentes de delegados, até ás 16h (Pavilhão);
14h – Mesas simultâneas de Debates:

Mesa 01
Coord: Flávio Campos (SEJE);
Danilo Moreira (SNJ); Dep. Fed. Murício Rands (FPPPJ);
Marco Aurélio (Conjuve);
Lívia de Tommasi (FNMOJ).

Mesa 02
Coord. Danilo Morais (Assessor SNJ);
Alex Nazaré (SNJ); Dep. Fed. Manuela Dávila (FPPPJ);
Péricles Chagas (RJNE/Conjuve);
Paulo Carrano (OBJ RJ).

Mesa 03
Coord. Diego Santos (CUCA/COE PE);
Zé Ricardo (SNJ);
Dep. Fed. Reginaldo Lopes (FPPPJ);
Lúcia Stumpf (UNE/Conjuve);
Neto (MST);

16h – Grupos de Trabalho: Política Nacional de Juventude e Texto Base (15 GT´s);
18h – Divulgação da listagem dos delegados a Etapa Estadual e das pré candidaturas a delegados a Etapa Nacional;
18:30 – Jantar (Praça de Alimentação);
20:30 – Cultural (Auditório Central);

3º dia – 06/04/08 – domingo

07h – Café da manhã;
09h – Início da Plenária Final e da eleição dos delegado (a)s a Etapa Nacional (Auditório Central);
12h – Almoço / Intervalo (Praça de Alimentação);
13:30 – Continuação da Plenária Final e da eleição dos delegado (a)s a Etapa Nacional (Auditório Central);
17h – Encerramento – Secretário Especial de Juventude e Emprego Sr. Pedro Mendes.


CONTATOS: Comissão Organizadora Estadual da I Conferência Estadual de Políticas Públicas de Juventude (COE PE)
Endereço: Secretaria Especial de Juventude e Emprego, rua da União, 253 Boa Vista Telefones: (81) 3183 7232/7233
Endereço Eletrônico: coepe@gmail.com

Inscrições apartir do dia 20 de março de 2007.

quinta-feira, 13 de março de 2008

CURSO DE HISTÓRIA DAS CULTURAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS.


INSCRIÇÕES COMEÇAM EM 24/03.




INTRODUÇÃO
O curso de formação permanente de Agentes Educativo-Culturais HISTÓRIA DAS CULTURAS AFRICANAS E AFRO-BRASILEIRAS - têm como intuito propiciar a formação sistemática, à difusão de conhecimentos científicos e técnicos acerca das culturas e histórias das populações africanas e afro-brasileiras.
Essa iniciativa pretende não ser uma ação isolada que se encerra em si mesma, mas ser algo permanente de modo que se estabeleçam a partir das Oficinas exposições, performances e a produção de publicações (materiais didáticos, paradidáticos e acadêmicos) entre outras possibilidades.

SINOPSE
A oficina de formação permanente de Agentes Educativo-Culturais vem atender as proposituras Lei Federal n.10.639 de 09/01/2003, que alterou a Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional e torna obrigatória a. temática da “História das culturas africanas e afro-brasileiras”. E do que determina o Decreto Estadual n° 48.328 de 15/12/2003 publicado no D.O. de 16/12/2003 que institui no âmbito da administração pública do Estado de São Paulo a Políticas de Ações Afirmativas para Afrodescendentes e dá providências correlatas.

OBJETIVOS
Inserir conhecimentos sobre a História e a realidade da África, da relação entre África-Brasil e da cultura produzida pelos afro-brasileiros na sociedade nacional;

Dialogar e debater sobre a implementação da lei 10.639 e a presença das culturas de matrizes africana e afro-brasileira na cultura brasileira;

Entender e interpretar as práticas sociais e culturais relativas à questão étnico-racial e as questões atinentes à África no Brasil;

Estimular a democratização da informação e conhecimento no intuito de contribuir com a valorização, fortalecimento e afirmação da identidade étnico-racial paulista.

PÚBLICO ALVO
Agentes de atividades culturais da Secretaria Estadual e Municipal de Cultura;
Profissionais da área da educação, lideranças, multiplicadores e ativistas dos movimentos sociais;
Técnicos e funcionários das Oficinas Culturais;
Público em geral.

VAGAS E SELEÇÃO
60 (sessenta) primeiros inscritos.

CORDENADOR
Christian Fernando dos Santos Moura

Possui graduação em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2003). Atualmente é professor titular - Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Mestrando em Artes no Programa de Pós-graduação em Artes do Instituto de Artes IA UNESP. É pesquisador do grupo de extensão e pesquisa universitária da UNESP, NUPE (Núcleo Negro da UNESP para Pesquisa e Extensão) e Professor de História do Brasil Colônia e República da UNIBAN Universidade Bandeirantes. Tem experiência na área de História, com ênfase em História, atuando principalmente nos seguintes temas: História da África, negro, preconceito, teatro, racismo e educação.



CONVIDADOS
Oluemi Aparecido dos Santos.
Francisco Sandro da Silveira Vieira.
Lílian Santiago Solá

CARGA HORÁRIA
39 (trinta e nove) horas, 13 (treze) encontros de 3 (quatro horas).

DATAS E HORÁRIOS
Aos sábados, de 05/abril a 28/junho, das 14h00 horas às 17h00.

LOCAL
Oficina Cultural Oswald de Andrade
Rua Três Rios, 363, Bom Retiro
Telefones (11) 3221-5558 / 3222-2662
oswalddeandrade@assoc.org.br
Inscrições: segunda a sexta-feira, 10h às 20h.

CONTEÚDOS E CRONOGRAMA

05 de abril – Apresentação do curso (programa, objetivo, metodologia e estratégias de desenvolvimento). Exibição, seguido de debate da animação Yansa, de Carlos Eduardo Nogueira, 2006, 18 minutos.

12 de abril – África: culturas e sociedades
A cultura material das sociedades africanas / Um breve panorâmico histórico das culturas africanas e do continente africano ao longo da história. Produção de máscaras africanas.
Textos: SALUM, Marta Heloísa Leuba. (Lisy) “África: culturas e sociedades” - Texto do guia temático para professores África: culturas e sociedades, da série Formas de Humanidade, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Escrito em janeiro de 1999 e revisto e adaptado em julho de 2005 para publicação neste site: http://www.mae.usp.br/ & http://www.arteafricana.usp.br. COSTA E SILVA, Alberto da. Cap 1. “Paisagem e o homem”. In. A enxada e a lança: a África antes dos portugueses. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1996.

19 de abril – A pré-história da África.
Generalidades (Pré-história, paleolítico, neolítico, arte rupestre, objetos pré-históricos, a vida na pré-história africana); fósseis; pré-história na África oriental; pré-história na África Austral; África central; Magreb; África ocidental, Vale do Nilo. Exibição do filme Kiriku e a Feiticeira, de Michel Ocelot, 1998, 74 minutos.
Textos: GIORDANI, Mário Curtis. “Pré-história da África”. In. História da África - anterior aos descobrimentos. Petrópolis: Vozes, 1985. COSTA E SILVA, Alberto da. Cap 1. “Pré-história”. In. A enxada e a lança: a África antes dos portugueses. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1996. SANTOS, Marcos Ferreira dos. “Ancestralidade e convivência no processo identitário: a dor do espinho e a arte da paixão entre Karabá e Kiriku”. In Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03 – Brasília: Ministério da Educação, SECAD, 2005. pp. 205-229.









26 de abril – Continentes africanos: das ciências à sabedoria.
CONVIDADO – Francisco Sandro da Silveira Vieira: antropólogo, pesquisador membro do NUPE (Núcleo Negro da UNESP para Pesquisa e Extensão) - UNESP-SP.
África-pré-colonial / O continente africano antes da conquista / África na Idade Média européia /Os árabes iniciam sua conquista pelo Egito / O avanço até o baixo Senegal / O Gana / O Império do Mali e de Gao / Os Reinos Yorubás e o Benim / O tráfico medieval de escravos / A instituição da escravidão na África muçulmana / A escravidão entre os africanos / pré e pós-conceitos: etnocentrismo, “afropessímismo”, “afrocentrismo” e eurocentrismo;
Textos: VIEIRA, Francisco Sandro da. “As ciências sociais e as etnias africanas: Análise e crítica da contribuição banto no Brasil’”.


03 de maio – A escravidão africana e o tráfico negreiro
A colonização e o tráfico negreiro na América portuguesa / Expansão marítima européia / O fator islâmico /O comércio transatlântico / O tráfico de escravos na costa ocidental africana. / A dinâmica do modo de produção colonial / A escravidão na África Centro-Ocidental / O comércio da África Oriental / A escravidão no século XIX. / As vias de comunicação e os mercados na África Ocidental / Os Haúças / Os bantos / O reino do Congo/ O reino do Congo, os Mbundu (ou Ambundos), o reino dos "Ngola" ou de Angola e a presença portuguesa nos finais do século XV a meados do século XVII ;
Textos: COSTA E SILVA, Alberto da. “O escravo negro na idade média européia”.. In. A manilha e o libambo: a África e a escravidão de 1500 a 1700. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2002. MEILLASSOUX, Claude. Capítulo introdutório. “Parentes e estranhos”. In. Antropologia da escravidão : o ventre de ferro e dinheiro. Rio de Janeiro, Zahar, 1995. SOUZA, Talita Tavares Batista Amaral de. “Escravidão interna na África, antes do tráfico negreiro”. In. http://www.cefetcampos.br.

10 de maio – As culturas negras na América do Sul. Os negros no Brasil.
Da África ao Afro: uso e abuso da África entre os intelectuais e na cultura popular brasileira durante o século XX / O pensamento mestiço nas relações Estados-Unidos - Brasil - África”: - Uma breve história do racismo e das relações raciais no Brasil / A democracia racial brasileira /As relações entre sociedades indígenas e populações africanas/afrodescendentes / Quilombos e a resistência escrava na colônia / Os movimentos sociais negros do século XX / A Frente Negra Brasileira / O MNU (movimento Negro Unificado / A cultura jovem doas anos 1970 / Movimento “Black power”. As influências das culturas negro- africanas para as artes visuais e plásticas brasileiras / Políticas públicas e os recortes de gênero, étnico/racial, geracional / Ações afirmativas.
Textos: FREYRE, Gilberto. “O escravo negro na vida sexual e de família do brasileiro” (capítulo IV). In: FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 35ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1999. pp. 282- 409. Exibição do filme “Na rota dos orixás”, de Renato Barbieri, 1998, 54 minutos.





17 de maio – Discursos sobre o colonialismo. Racismo e descolonização
O imperialismo colonial de fins do século XIX / A constituição dos sistemas coloniais e movimentos de resistência na África / Viajantes europeus em África contemporânea e a evolução do colonialismo tradicional ao neocolonialismo / o papel dos missionários nas explorações / A partilha da África e o significado dos desdobramentos da Conferência de Berlim (1884-1885) na perspectiva africana da partilha e da conquista / O período entre guerras: continuidade e rupturas /A descolonização e o pós-guerra / Os socialismos africanos / A política e o nacionalismo africano / A escravidão no Brasil.
Textos: CESAIRE, Aimé. “Discursos sobre o colonialismo” In. Cadernos para o diálogo – Porto, 1971. PEREIRA José Maria Nunes. “Colonialismo, racismo e descolonização” In: Estudos Afro-Asiáticos. – nº 2 (Maio/Ago. 1978), p. 16-29.


24 de maio – Negritude. Usos e sentidos.
Pan-africanismo / Movimentos de negritude e libertação nacional / O pensamento das elites culturais africanas diante das questões de política e identidade./ Noções de raça, nação, pátria e etnia no contexto dos nacionalismos africanos de expressão portuguesa / A literatura de expressão afro-brasileira / Os escritores e escritoras afro-brasileiros /o negro na literatura brasileira / Influência das línguas africanas de expressão de língua portuguesa no Brasil contemporâneo; Tradição e modernidade em África contemporânea / O regime de Apartheid na África do Sul / África rural e urbana / África mítica / Estruturas político-sociais em Angola pós-colonialismo e pós-socialismo / UNITA e MPLA, os movimentos de libertação nacional pós-guerra civil / Angolanidade e diáspora. Exibição do curta “Place des Fêtes”, de Oliver Schmitz, 2007. 18 minutos.
Textos – MUNANGA, Kabenguele. “Negritude: usos e sentidos”. São Paulo, Ática, 1988. BERND, Zilá. “A Questão da Negritude”. São Paulo: Brasiliense, 1984.

31 de maio – Visão panorâmica das literaturas africanas de língua portuguesa. (Angola e Moçambique). Estudos de textos de Luandino Vieira, Craveirinha e Mia Couto.
CONVIDADO – Oluemi Aparecido dos Santos: graduado em Letras (Português/Francês) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2003). Atualmente é mestrando em Estudos Comparados em Literaturas de Língua Portuguesa na USP sob orientação da Profa. Dra. Tânia Macêdo. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada. Também atua como professor/palestrante de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e de Estudos da relações étnico-raciais.
A literatura no universo colonial: tradição e modernidade / Literatura e negritude / Negritude africana de língua portuguesa / José Craveirinha, Mia Couto no contexto da literatura pós-colonial de Moçambique / Agostinho Neto, Antonio Jacinto no contexto da literatura pós-colonial de Angola;
Textos: CHABAL, Patrick, “Literatura e Identidade Nacional em Moçambique”. In Vozes Moçambicanas. Literatura e nacionalidade. Veja, Lisboa, 1994. COUTO, Mia. “Estórias Abensonhadas”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

07 de junho – Cultura política e musicalidade negra na diáspora africana.
Breve introdução da influência negro-africana na música erudita e popular brasileiro / Música brasileira no final do século XIX: Modinhas, Imperiais, Polca, Lundu, Polca-Lundu, Choro, Maxixe/ Músicos mulatos no Brasil imperial / Origens do Rap/Funk no Brasil e nos Estados Unidos / Samba, negro e carnaval / O samba rural paulista / As origens do samba carioca / A folia de reis / O congado / Gênero, raça, feminismo e juventude no movimento Hip-Hop
Textos – GOMES, Tiago de Melo. “Lutando por uma democracia-racial. Raça e nação na trajetória da Companhia Negra de Revistas”.In. GOMES, Tiago de Melo. Um espelho no palco: identidades sociais e massificação da cultura no teatro de revistas dos anos de 1920. Campinas, São Paulo, Editora da UNICAMp, 2004. SEVCENKO, Nicolau. Orfeu Extático na Metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, pp. 240-244.
VIANNA, Hermano. O mistério do Samba. Rio de Janeiro: Zahar/UFRJ, 1995.

14 de junho – Cultura política, cinema e teatralidade negra na diáspora africana.
A personagem negra no cinema e no teatro brasileiro / O cinema novo e o negro / Filmes: Rio Zona Norte, Assalto ao trem pagador. O cinema brasileiro contemporâneo e o negro / Filmes: Filhas do Vento, A negação do Brasil e o cinema de Joel Zito Araújo / O cinema feijoada e os cineastas negros paulistas / A mulher negra e o cinema / O TEN Teatro Experimental do Negro / A negritude brasileira: Abdias do Nascimento, Guerreiro Ramos, Edison Carneiro.
NASCIMENTO, Elisa Larkin. “Teatro Experimental do Negro: tramas, textos e atores”. In. LARKIN Nascimento, Elisa O Sortilégio da cor. Identidade, raça e gênero no Brasil.São Paulo, Selo Negro Edições, 2003.
NASCIMENTO, Abdias, Sortilégio – mistério negro. In Drama para negros e prólogos para brancos. Rio de Janeiro: Ed. do Teatro Experimental do Negro, 1961. Exibição do documentário A negação do Brasil, de Joel Zito Araújo, 2000, 90 minutos.
ARAÚJO, Joel Zito. Cap 1. A Negação do Brasil : O negro na telenovela brasileira. São Paulo, Ed. SENAC, 2000.
RODRIGUES, João Carlos . O negro e o cinema brasileiro. Rio de Janeiro, Pallas, 2001.

21 de junho – Exibição e debate do filme Família Alcântara, de Daniel Solá Santiago e Lilian Solá Santiago. 54min, 2004.
CONVIDADA – Lílian Solá Santiago – Historiadora e mestre em Integração da América Latina (USP), atua na área cinematográfica desde 1994. Atualmente dirige o vídeo documentário: Uma cidade chamada Tiradentes;, sobre o bairro Cidade Tiradentes, o maior conjunto habitacional da América Latina. Como produtora, Lilian participou de diversos trabalhos entre eles Latitude Zero, de Toni Venturi premiado como melhor roteiro no Festival de Brasília (2000) além de 6 prêmios internacionais; Vista a minha pele, de Joel Zito Araújo (2003), entre tantos outros. Como diretora, realizou Balé de Pé no Chão, um curta-metragem inédito, ganhador do Prêmio Palmares de Comunicação (2005).

28 de junho – Avaliação, encerramento e entrega de certificados.




BIBLIOGRAFIA
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ANDERSON, Benedict. 1989. Nação e Consciência Nacional. São Paulo, Ática.
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Fernanda Força Ativa
(11)8424-5774

quarta-feira, 12 de março de 2008

1888-2008: 120 anos de abolição do trabalho escravo – uma reflexão sobre o negro no Brasil e na África.





Passados 120 anos da abolição do trabalho escravo no Brasil, a sociedade ainda se pergunta quanto aos limites desta conquista, uma vez que as desigualdades que expressam a discriminação aos afro-descendentes permanecem evidentes. No momento em que as universidades brasileiras estão reconhecendo a atrofia de um estado que trata de forma desigual os seus, a ponto de ter que propor um processo de discriminação positiva para permitir o acesso dos negros ao ensino superior, também se reconstrói a interpretação acerca do papel deste na formação brasileira.

Atualmente, sob a influência da corrente historiográfica social inglesa e a historiografia sobre a escravidão desenvolvida nos Estados Unidos, a resistência escrava no Brasil passou a ser entendida como uma das faces das lutas complexas vivenciadas pelo cativo no cotidiano e que tinham como contraponto a reelaboração permanente das relações com os seus senhores, modificando assim, as várias formas de dominação e controle social.

O estudo sobre a resistência escrava adquiriu um grande impulso no Brasil durante as décadas de oitenta e noventa do século XX. Desde então, muito se tem produzido acerca da ação política dos escravos e da maneira como essa ação repercutiu para pressionar e transformar o próprio sistema escravista. A importância desse tipo de abordagem está no fato de resgatar-se o papel de agente ativo da sua própria história a essas personagens que, por muito tempo, ficaram reduzidas a leituras que os limitavam ao papel inerte, que os revertera a condição de coisa, objeto, onde as suas manifestações de oposição eram vistas apenas como esporádicas, seja em forma romantizada de tentar reconstruir uma África na terra colonial ou de levantar-se de forma inconsciente seu desabafo de dor.

Portanto, com o intuito de trazer uma reflexão do papel do afro-descendente na formação social brasileira que o instituto Maurício Grabois – Ba propõe a realização do seminário "1888-2008: 120 anos de abolição do trabalho escravo – uma reflexão sobre o negro no Brasil e na África".





SEMINÁRIO: 1888-2008: 120 anos de abolição do trabalho escravo – uma reflexão sobre o negro no Brasil.



ORGANIZAÇÃO: Instituto Mauricio Grabois – Ba



APOIO: UNEGRO


LOCAL: Faculdade de Medicina



INSCRIÇÕES GRATUITAS NO LOCAL OU PELO EMAIL: angelaguimaraesba@gmail.com





PROGRAMAÇÃO


ABERTURA: Olívia Santana e Milton Barbosa

Mesa redonda: Quilombos contemporâneos – o conceito e a aplicação da lei 68 das disposições transitórias.

Debatedores: Ubiratan Castro de Araújo (Fundação Pedro Calmon)

Ricardo Moreno (UNEB)

Data: 25/03/08

Horário: 18:30 hs



Mesa Redonda: Raça e Racismo – debatendo práticas e concetos

Debatedores: Walnei Oliveira (UEFS)

Ma Hilda Baqueiro Paraíso (UFBa)

Data: 26/03/08

Horário: 18:30 hs



Conferencia: África e o mundo contemporâneo

Debatedores: Muniz Ferreira (UFBa)

Data: 27/03/08

Horário: 18:30 hs

MANIFESTO PELA MOBILIZAÇÃO DO TRANSPORTE PUBLICO DE PETROLINA





No dia 27 de Fevereiro de 2008, vários movimentos sociais de Petrolina-Pe, uniram forças contra o aumento da Passagem dos ônibus coletivos da cidade, dentre esses movimentos, A UNEGRO- União de Negros pela Igualdade na ocasião teve grande participação no ato, além de ter realizado em frente a sede da Câmara Municipal de Vereadores de Petrolina- Casa Plínio Amorim, uma emocionante apresentação cultural, ao qual foi fortemente aplaudida por todos ali presentes. Após a apresentação cultural, todos os participantes do ato, foram á seção ordinária na câmara com o intuito de entregar a carta do manifesto que segue abaixo:

Nossa cidade deseja mudança! E é nesse momento que a sociedade civil organizada se une para lutar pelos seus direitos, para resguardar a sua LIBERDADE, para EXIGIR respeito á sua DIGNIDADE.
Durante o ultimo período de férias, o poder publico local e os proprietários das empresas de ônibus coletivos DERAM UM DURO GOLPE NA SOCIEDADE aprovando o AUMENTO DAS PASSAGENS EM 12,5%. Contudo, o aumento não se justifica, dando que há melhoria, sequer aparente, nem no sistema de transportes, tão pouco na forma como esse é oferecido à população. Essa é uma situação que faz parte do nosso cotidiano, uma vez que toda a população é obrigada a apertar-se dentro de ônibus cada vez mais precários e escassos para ir à escola, trabalho e lazer.
Por tudo que foi exposto é que o FORUM DA JUVENTUDE DE PETROLINA, grupo formado por diversos segmentos dos movimentos sociais vêm por meio desse manifesto reivindicar:

• Diminuição do preço das passagens;
• Implantação do Sistema de Terminal Integrado;
• Modernização da Frota de Ônibus;
• Replanejamento de Rotas numa discussão ampla com os usuários;
• Reformulação do Conselho Municipal das Cidades;
• Passe Livre Estudantil;
• Transparência na Gestão do Transporte Público;
• Legalização de Transporte Alternativos, principalmente o Moto Táxi.

A participação coletiva nesse processo é de vital importância. Somente com a união da Sociedade poderemos transformar a situação problemática em que se converteu o Sistema Publica de Transporte de Petrolina.

VENHA! Junte-se a nós na Luta por NOSSOS DIREITOS.

O FORUM DA JUVENTUDE É COMPOSTO POR:

UNE, UBES, UEP, DCE Univasf, DA FFPP, DCE Facape, UESP( União dos Estudantes Secundaristas de Petrolina ), Pastoral da Juventude, Fórum de Reforma Urbana, Conselho Popular, UNEGRO, Centro Dom Helder Câmara, Juventude Rural, SINDIMOTO e Conselho Municipal da Juventude.

Mãe África: As Três Rodas de Resistência Negra_Por Edson França

Apesar do ano corrente completar 120 anos da abolição dos escravos, os negros, descendentes diretos dos escravizados são indevidamente valorizados do ponto de vista social e cultural, conseqüentemente, estão a margem da plena cidadania que todas as mulheres e homens livres tem direito de gozar. Compreendemos que compete ao Estado e a toda sociedade civil envidarem esforços que combatam a ignorância, pois ela alimenta o racismo e mantém a população negra sempre em condições desfavoráveis.

Por isso a União de Negros Pela Igualdade - Unegro e o Bakisse Aueto Mona Cafunge apresentarão em 5 de abril de 2008, no CMTC – Clube, situado na Av. Cruzeiro do Sul, XX - Pari – São Paulo: “Mãe África: As Três Rodas de Resistência Negra”. Através da roda de capoeira, roda das religiões de matriz africana e roda de samba será possível mostrar a contribuição da população negra na cultura nacional e na formação da brasilidade. As Três Rodas de Resistência Negra será um veículo contra a desinformação, preconceito e discriminação que pesam sobre as manifestações culturais de origem africana.

O evento será composto de várias atrações e momentos de reflexão. Iniciará às 9:00 o término está previsto para 18:00 horas. Contaremos com a presença de irmandades religiosas, grupos de capoeiras, grupo de dança afro que apresentará a dança dos orixás e dos inkisses. Haverá lançamento do livro da Unegro “Um Olhar Negro Sobre o Brasil”, lançamento do “Mapa do Quilombo” e no encerramento das atividades teremos um belo samba de roda apresentado pelo Grupo Cultural Samba Autêntico e as baianas velhas paulistas.

A realização da Mãe África: As Três Rodas de Resistência Negra contará com apoio dos Sindicatos dos Metroviários, Sintect-SP, Sintratel, Seel-SP, Coordenadoria de Assuntos da População Negra - Cone, CMTC – Clube e da Subprefeitura Sé, é parte da agenda dos 120 nos da abolição. O público alvo da atividade é os povos de santos, capoeiristas, sambistas e todos amantes da cultura de descendência negra. A entrada é franca.

Ipea mostra que relação de gastos com Saúde e Educação com o PIB caiu em 11 anos

De 1995 a 2005, os gastos do governo federal com saúde e educação passaram de R$ 28,7 para R$ 35,9 bilhões e de R$ 15,2 para R$ 17,4, bilhões, respectivamente, já descontados o efeitos da inflação, mas caíram em relação ao Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas no país. No caso da saúde a redução foi de 1,79% para 1,59% do PIB, enquanto na educação, de 0,95% para 0,77%.

As informações fazem parte de um estudo divulgado no início do ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, que avaliou os gastos sociais federais considerando a política econômica adotada no país.

Para José Ribeiro, técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos Sociais do Ipea, a Educação e a Saúde são grandes fronteiras que necessitam de qualidade de gestão e ampliação dos investimentos. "Não vai se montar o Plano de Aceleração (PAC) da Educação, o Fundo Nacional da Educação Básica, sem o acréscimo de recursos. Não vamos consolidar o SUS como se espera se não colocarmos mais recursos na Saúde", afirmou.

Nos 11 anos avaliados pelo estudo, a saúde se manteve na terceira posição entre as áreas sociais com maior destinação de recursos, precedida da Previdência e dos Benefícios a Servidores Públicos. A educação, que ocupava o quarto lugar em 1995, passou para a quinta posição, superada pela Assistência Social, que em 2005 recebeu R$ 18,8 bilhões do governo federal - o equivalente a 0,83% do PIB.

Evilásio Salvador, assessor de Políticas Social e Orçamentária, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) não vê problemas no fato de o país gastar mais hoje com assistência social do que com educação. "A assistência social é um gasto importante e relevante. Se pegarmos R$ 18 bilhões ainda é pouco diante do desafio colocado na Constituição e do resgate social que o país tem feito. O que é pouco é o gasto com educação e saúde".

Para Salvador, a falta de investimentos em saúde e educação não decorre da escassez de recursos, mas da canalização para a área financeira. "A gente vê que a dificuldade de crescimento desses gastos é o gasto financeiro do governo com o pagamento de juros e amortização da dívida". O deslocamento de recursos arrecadados para financiamento da área social para pagamento da dívida pública também foi apontado pelo estudo do Ipea.

A Agência Brasil procurou os Ministérios da Educação e da Saúde para comentar os dados do estudo, mas foi informada de que eles não iriam se pronunciar sobre o assunto.

Fonte: Agência Brasil_in boletim informativo ADUPE

segunda-feira, 10 de março de 2008

A ESCOLA NÃO É DESTE MUNDO...


08.03.08
A escola não é deste mundo...
categorias:
Educação, Pedagogia
A frase atribuída a Jesus, "meu reino não é deste mundo", parece ter sido forjada para descrever a escola...

Verdadeira "profecia", nos fala de um lugar estranho, de uma realidade que parece existir e subsistir em outro lugar!

Já há algum tempo que venho acompanhando os artigos e as falas do José Pacheco (aquele da Escola da Ponte) e a cada dia, refletindo em suas experiências e em outras tantas outras leituras, me convenço mais da verdade que nos assola: a escola não é deste mundo!

Reproduzo, a seguir, o artigo do Pacheco publicado na revista EDUCAÇÂO - edição de março/2008 - como argumento de minha constatação!

Boa leitura!

criado por Flávio Boleiz
22:41:11





Da revista EDUCAÇÃO: José Pacheco
categorias:
Educação, Pedagogia
No ano de 1996
A autonomia de uma escola é incompatível com mecanismos de poder vertical José Pacheco No comentário a uma das minhas crónicas, alguém escreveu (sem poupar na pontuação): "Sem horários?!..." E questionou: "Quem der mais horas à escola com prejuízo da família é que é bom professor?" Eu havia escrito que os horários são dispensáveis. Mas, para sossego dos críticos, acrescentarei que os professores da Ponte "não dão mais horas à escola", muito menos "em prejuízo da família". Horários de padrão único são aberrações. Há muitos anos, escrevi: não gosto de professores missionários, mas também não gosto dos demissionários. Esse trocadilho resulta do cansaço que eu sentia no tempo em que a Ponte não podia escolher os seus professores. Quando os "concursados" chegavam, a sua primeira pergunta era, invariavelmente esta: Quais são os meus dias livres? Nas escolas por onde tinham peregrinado, esses professores tinham um horário atribuído. Nesse horário, havia manhãs, tardes, dias livres de actividade docente. Na Ponte, nada disso havia. Os dias eram todos "livres" Onde houver horário e livro de ponto não há professores autónomos. A autonomia de uma escola é incompatível com mecanismos de poder vertical e de controlo uniforme do tempo. Se eu quisesse recorrer à teoria, poderia evocar a cronobiologia. Se quisesse apelar para o exercício do bom senso, reafirmaria a evidência de cada ser humano ser único e irrepetível, dotado de um ritmo específico de aprendizagem etc. Direi somente que não existe um só modo de fazer escola. E que os horários de padrão único apenas poderão ser legitimados pela cultura de dependência, autoritarismo e demissionarismo, que empesta muitas escolas. Por que um tempo de cinqüenta minutos para estudar matemática e outro tempo de cinqüenta minutos para estudar ciências? Cinqüenta, sessenta, noventa minutos, para qual aluno? Quando um aluno da Ponte me perguntou por que razão as aulas em outras escolas duravam cinqüenta minutos, eu respondi que não havia razão alguma, que eu havia feito essa pergunta a muitos professores que dão aulas de cinqüenta minutos e que eles não souberam responder - é porque é, e pronto! Antigamente, a contestação dos demissionários surgia num registo mais pueril. Dizia-me uma professora: Isso de não haver horários aonde nos levaria, colega? Antigamente, havia gente que, por mais que se explicasse, não entendia. Por isso, trago à colação um episódio que testemunhei, já vai para dez anos. Uma escola que se inspirou no projecto da Ponte, não para o copiar, mas para se melhorar, apresentou uma comunicação num congresso. Fui assistir. Gostei: quem fez a palestra não foi um professor, mas um aluno dessa escola. Quando o jovem de oito anos referiu que, na sua escola, não havia horários iguais para todos, nem séries (anos), nem o conceito de ano lectivo, foi interpelado por um professor da universidade onde decorria o congresso: Não acredito! Como é possível não estar colocado num 3º ou 4º ano! O miúdo contestou: O senhor não entendeu. O que eu disse foi que na minha escola não se faz como em outras, não se divide os meninos por turmas e por anos... O universitário cortou-lhe a palavra e atirou, num tom a roçar o cinismo: Está bem! Eu já ouvi essa ladainha. Vá lá! Diz em que ano estás! O moço respirou fundo e olhou na direcção do seu professor, como quem pergunta: o que hei-de fazer desta criatura? O professor encolheu os ombros. E o aluno que fazia a palestra respondeu: O senhor não sabe mesmo em que ano eu estou? Triunfante, o universitário usou o imperativo com ênfase redobrada: Não sei. Diz lá! O jovem obedeceu e disse: Estou no mesmo ano em que o senhor está - no ano de 1996! -------------------------------------------------------------------------------- José Pacheco - Educador e escritor, ex-diretor da Escola da Ponte, em Vila das Aves (Portugal)
josepacheco@editorasegmento.com.br