sexta-feira, 7 de março de 2008





HOJE É DIA DE MULHER, NEGRA!

Reflitamos neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, as condições a que foram e ainda são submetidas às mulheres negras. No Brasil, muito antes de se falar da emancipação das mulheres brancas, as mulheres negras já tiveram suas famílias dizimadas na África e aqui separadas de sua cultura, sufocados seus afetos e costumes e sofrendo todo tipo de violência, onde trabalhavam como escravas e davam origem à população brasileira. Mirar-se no exemplo de grandes guerreiras como Nzinga Rainha do Congo, Dandara, chefe-militar no Quilombo dos Palmares, Chica da Silva, em Minas Gerais e Olívia Santana, na Bahia de todos os santos, entre outras tantas trabalhadoras que vencem a cada dia a opressão e os desafios.
São as mulheres negras, ainda, as maiores vítimas da violência; corremos 3 vezes mais o risco de sofrer um homicídio do que uma mulher branca. São as principais vítimas do desemprego, das piadas desqualificatórias, da falta de assistência à saúde da mulher negra e de habitação digna. 38,7% das analfabetas são negras, enquanto 17,7% são brancas e 80% das mulheres negras e recebem até 2 salários mínimos, a maioria sequer tem carteira de trabalho. E, nos morros, tomamos porrada dos bandidos, de um lado, e da polícia, de outro. Em casa, dos companheiros e no trabalho, dos chefes e colegas de serviço. Para piorar, sofremos o racismo de todos os lados e setores da nossa sociedade, machista e capitalista. Mas isso não nos tira a garra, a fibra e a coragem de lutar pela construção de uma nova sociedade, justa, igualitária; onde não tenha nem exploradores e nem explorados.
Queremos, desde já, que os governos coloquem em prática as políticas públicas de combate ao racismo, como as cotas nas universidades, assistência à saúde de mulher negra, desenvolvimento social e econômico para nossa população e, principalmente, faça as reparações pelos séculos de estupros, maus-tratos e desumanidade a que foram tratados negros e negras durante o período da escravidão. Lembramos que tudo isso ainda continua nos agredindo, apesar de dizerem que a escravidão acabou.Acabou?
Porém é somente com nossa mobilização e participação política é que vamos acabar, não só na teoria, mas na prática, com essa barbárie. Para isso convidamos, mulheres e homens, a se filiarem à UNEGRO e participarem das nossas atividades, fazendo do seu engajamento o instrumento de luta contra o racismo e contra toda forma de preconceito, seja ele de sexo, raça ou classe.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!