terça-feira, 20 de julho de 2010

NEGROSAMBA SIM DE AGOSTO !!!!!!

Congresso da UNACOMO Adiado‏

A comissão organizadora do VIII congresso da UNACOMO, comunica a todos(as) que devido a grande demanda o congresso da entidade será transferido para os dias 30 e 31/07/2010. Num dos momentos mais importante da cidade, do estado e do país, não poderiamos deixar de atender as demandas que nos foi encaminhada, com isso a comissão organizadora do congresso já está a todo vapor para conseguir a estrutura necessária para a realização de mais um grandioso congresso da entidade.

Contamos com a colaboração de todos(as)

Ajude a divulgar.

A Comissão de Organização

Maiores Informações:
3028-0353 / 9758-1983

www.unacomo.blogspot.com

Não ao preconceito

Antônio Rufino: palavra macumba teria sido citada como uma alusão a "coisas do diabo" por algumas mães de alunos Foto: Juliana Leitão/DP/D.A Press


O pernambucano Antônio Rufino é o cara. Negro, estudioso (com mestrado e cursando doutorado), o professor de português e inglês da Escola Estadual Manoel de Bastos Tigre, em Arthur Lundgren I na cidade de Paulista, tem a melhor compreensão do 13 de maio, lembrado no dia de ontem. Com o olhar muito além do marco cívico e da sanção da lei que extinguiu a escravidão no Brasil, as atitudes de Rufino fazem lembrar que o 13 de maio representa luta. Após entrar em "depressão" por ter sido vítima de "discriminação étnica" e de "intolerância", durante a festa do Dia das Mães onde leciona, Rufino fez a sua parte como cidadão. Desde o último domingo, iniciou a busca por uma "reparação moral" pela "violência" a que diz ter sido exposto. Por e-mail, mobilizou colegas de profissão e instituições ligadas ao movimento afro pedindo apoio para evitar que o "preconceito cultural" persista ou se propague entre pais e alunos. "Não posso deixar que essa discriminação com o negro continue",disse Rufino ao Diario.

O professor Antônio Rufino sensibilizou e acaba de envolver a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Diversidade da Gerência Regional de Educação da Região Metropolitana Norte (Gre Metro Norte), uma instância da Secretaria de Educação de Pernambuco que media conflitos em 117 instituições em sete municípios do estado. O coordenador da comissão, Nicodemos Felipe de Souza, requereu à diretoria da escola um relatório sobre o ocorrido na festa do Dia das Mães e sobre a diretriz pedagógica e ações de combate à intolerância na unidade. De qualquer forma, já adiantou: deve intervir no caso, promovendo encontros com professores, pais e alunos para amenizar comportamentos racistas e autoritários no convívio social. "Estudaremos o caso, mas com certeza situações como essa têm o preconceito como pano de fundo. A discriminação racial aparece de forma invisível", explica, ressaltando que a função do grupo não é de policiamento; visa orientação de valores.


Eis o episódio que gerou a celeuma: o professor Antônio Rufino sugeriu um projeto para apresentações de danças envolvendo estudantes das turmas de 5ª, 6ª e 7ª séries do ensino fundamental. Para os da 7ª série, trabalhou o livro O corpo fala, teoria do educador e psicólogo francês Pierre Wiel. Coube a esses garotos um número de dança, com a releitura de uma música do grupo Cordel de Fogo Encantado. Três jovens (só um da escola) usaram figurinos africanos e dançaram coreografias com a mesma temática. Rufino - mestre em identidade cultural e doutorando nas questões de memória e resistência - apoiou a atividade, vestindo-se com uma caftan (espécie de bata colorida e típica). Um grupo de mães não gostou. Em reclamação à diretora, Roselina Cândida, elas condenaram a atitude do professor, acusando-o de fazer apologia à "macumba". A palavra "macumba" teria sido citada, segundo o professor, de forma pejorativa, como uma alusão a "coisas do diabo". Foi o assunto da semana na escola.


O episódio é pequeno para quem não vê o conjunto das críticas e o simbolismo da luta do professor Antônio Rufino e de uma cultura negra pouco respeitada, mesmo 122 anos depois do fim da escravatura. Na visão de especialistas, aceitá- las ou incentivá-las pode representar racismo institucional ou falta de conhecimento de leis brasileiras e da democracia no que toca questões étnicas. Poucos gestores sabem ou aplicam, mas desde 2003, a lei federal nº 10.639 obriga a inclusão da história e cultura afro-brasileiras como parte do currículo oficial das escolas do país. Antônio Rufino tentou colocar a lei em prática. Deveria ser copiado.

CARTA DE SÃO PAULO

Nos seus vinte e dois anos de existência a UNEGRO vem pautando sua atuação no combate o racismo em todas as suas formas de manifestação, particularmente as ações sistêmicas que impedem o usufruto pleno dos direitos de cidadania. A entidade expandiu-se e hoje está organizada em vinte e cinco estados. Consolidou-se como uma das principais alternativas de luta da população negra contra as opressões de raça, gênero e classe, sempre em harmonia aos princípios de sua fundação.
Uma das faces dessa luta é a superação do Estado Mínimo, parte integrante do processo de mundialização do capital sem as barreiras dos outrora fortes Estados Nacionais. A face mais cruel dessa globalização conforme defendia o geógrafo Milton Santos é a perversidade com que trata as populações pobres, não brancas e de países periféricos em todo o mundo. O neoliberalismo intensifica o racismo, as exclusões, renova disparidades, cria novas desigualdades, esmaga as realidades nacionais.
Por estes motivos, a UNEGRO sempre foi parte da trincheira de resistência global aos ataques do capitalismo neoliberal nas diversas nações sul-americanas e africanas. No Brasil, sempre organizou a população negra na criação de alternativas a este perverso projeto.
Assim, iniciamos com a eleição de Lula em 2002, um novo ciclo de mudanças no país que redefiniu o papel do Estado, agora não mais mínimo, para o atendimento às demandas da população represadas por mais de uma década. Começou a ser delineado um projeto de desenvolvimento nacional centrado no crescimento econômico associado à distribuição de renda, na diminuição da pobreza e elevação dos mais pobres às classes consumidoras. Conseguimos também, construir uma Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, implementar o PROUNI, regularizar e titular dezenas de comunidades remanescentes de quilombos e aprovar instrumentos com o Estatuto da Igualdade Racial que consolida nossas demandas como políticas de Estado.
Entretanto, esse projeto pode ser ameaçado com a eleição do PSDB/DEM, herdeiros da era FHC, e forças políticas comprometidas com o capital financeiro e defensoras da criminalização da juventude através da redução da maioridade penal e do extermínio físico deste segmento. A experiência do PSDB/DEM no estado de São Paulo demonstra esta linha política. São ferrenhos defensores da terceirização das ações sociais do Estado, transformando-as em instrumentos de repasse de verbas públicas para instituições privadas, aprofundaram a falência da educação pública, reprimiram os movimentos sociais com extrema violência.
Cientes dos desafios postos no cenário eleitoral estamos convictos de que precisamos avançar ainda mais nas conquistas para a população negra, realizar transformações estruturais necessárias à superação do racismo e das desigualdades sociais, aprofundar os mecanismos de participação democrática da população. Dessa forma, a UNEGRO resguardada sua autonomia como entidade suprapartidária do movimento negro aponta o grande perigo representado pela eleição de um candidato representante do projeto neoliberal capitaneado pela coligação PSDB/DEM e defende a eleição de Dilma como a primeira mulher presidente da República para aprofundar o ciclo de mudanças iniciados nos dois mandatos da era Lula.
Como herdeiros de Zumbi e Dandara, acreditamos e lutamos por um mundo onde não haja exploradores e explorados, nem senhores e nem escravos. E isto se faz com rebeldia.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!!
4ª PLENÁRIA NACIONAL DA UNEGRO – NELSON MANDELA
SÃO PAULO, 18 DE JULHO DE 2010.

Olinda inicia cadastro para eleições do Conselho Municipal de Políticas Culturais

Projeto tem como objetivo possibilitar a participação social na gestão de Cultura do município

Por Tárcio Fonseca

A Prefeitura Municipal de Olinda, através da Secretaria de Patrimônio e Cultura, inicia as inscrições para as Eleições do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Olinda. Os interessados em participar devem se inscrever no site do Cadastro Cultural de Olinda e depois se dirigir até a Secretaria de Patrimônio e Cultura (Rua de São Bento, 160, Varadouro, Olinda) em dias úteis, no horário entre 8h e 13h, munidos dos documentos necessários listados no regimento.
O Conselho é um órgão colegiado (composto por representantes governamentais e da sociedade civil) de natureza deliberativa, normativa, consultiva e fiscalizadora, integrante da estrutura da Secretaria de Patrimônio e Cultura – SEPAC, com a finalidade de propor diretrizes, discutir, monitorar, desenvolver e fomentar as atividades culturais no território de Olinda.