terça-feira, 28 de dezembro de 2010

NOTA DA UNEGRO

A União de Negros Pela Igualdade – UNEGRO declarou, em 18 de julho de 2010, o resultado da sua 4ª Plenária Nacional: apoio a “eleição de Dilma Rousseff como a primeira mulher presidenta da República para aprofundar o ciclo de mudanças iniciados nos dois mandatos da era Lula”. A entidade se envolveu na campanha eleitoral em todo País, deu contribuição positiva para o sucesso eleitoral de Dilma, somando-se aos movimentos sociais e as forças políticas que abriram a partir de 2003 um ciclo progressista virtuoso, inédito na história brasileira. A vitória de Dilma mantém estáveis os avanços conquistados pela esquerda na América Latina e contribui com o desenvolvimento dos povos em luta por pa z, democracia e justiça social.

Mantemos firme nossa convicção que a Presidenta eleita tem fortes compromissos com o desenvolvimento econômico com soberania, equidade e distribuição de rendas; com o aprofundamento da democracia e com as políticas sociais iniciadas pelo governo Lula. Diante disso, a UNEGRO, salvaguardando sua autonomia e comprometida com a luta pela superação do racismo no Brasil, envidará esforços para que o Governo Dilma seja exitoso. Acreditamos na equipe de governo composta pela Presidenta da República que governará o país nos próximos quatro anos, corresponde ao projeto defendido durante a campanha eleitoral e honrará a confiança dos brasileiros depositada nas urnas.

A UNEGRO compreende que as conquistas econômicas, políticas e sociais dos últimos anos não foram suficientes para superar as desigualdades que pesam negativamente sobre a população negra. O racismo sobrevive de uma base material concreta, impõe desvantagem, injustiça e marginalidade. Sobre os negros incidem as mais altas taxas de desemprego, baixos salários e trabalhos insalubres, acumulam déficit no recebimento de educação, saúde e habitação, são maioria nas favelas e nas longínquas periferias das grandes cidades e metrópoles. De modo que participam de uma situação estrutural inferior aos brancos.

Apesar de ainda persistir um quadro social desfavorável para a população negra, o Brasil está encontrando o caminho para a promoção da igualdade racial. São grandes as tarefas para o próximo governo. Exigirá ainda mais força e vontade política, pois Dilma governará o Brasil com uma base parlamentar grande, mas diversa e heterogênea. No Congresso Nacional o resultado eleitoral é positivo para os avanços, o povo brasileiro puniu o conservadorismo, impondo uma fragorosa derrota às forças que militaram contra as propostas de igualdade racial, em especial ao Partido dos Democratas.

O Governo Lula diagnosticou a demanda, pactuou a política, instituiu instrumentos jurídicos e administrativos. Hoje, o desafio é dar efetividade a esse processo, fazendo as mudanças incidirem concretamente na qualidade de vida dos negros e negras brasileiras e na radiografia social do País. Para isso defendemos a implantação integral do Estatuto da Igualdade Racial; esforço do governo para a aprovação do PL 3.627/04, que institui o sistema Especial de Reserva de Vagas para estudantes egressos de escolas públicas, negros e indígenas nas instituições de ensino superior público; avanço na titulação e investimentos sociais nas terras de quilombos; medidas concretas para diminuir o alto número de mortes violentas de jovens negros nos grandes municípios de todo o Brasil; recurso para implantação da Lei 10. 639/2003; reestruturação da Secretaria de Políticas de Igualdade Racial – SEPPIR, capacitando-a física e institucionalmente para dar conta dos novos desafios que se avizinham. Consideramos extremamente importante a presidência exercida por uma mulher enfrentar os persistentes mecanismos que impõem às mulheres negras a base da pirâmide social brasileira.

Por fim, parabenizamos a escolha de Luiza Bairros para titular da SEPPIR, verificamos nela legitimidade e mérito para liderar um processo de aprofundamento e implantação objetiva das políticas de igualdade racial. Na qualidade de força social comprometida com a igualdade racial e com o combate ao racismo, trabalharemos para o fortalecimento, estabilidade e sucesso da SEPPIR, pois acreditamos que seja um importante instrumento e tem dado contribuições para emancipação da população negra do julgo do racismo.

UNIÃO DE NEGROS PELA IGUALDADE

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

POLO HIP HOP 2010 PE

Unicef lança Campanha Por uma infância sem racismo no estado

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
10/12/2010 | 11h16 | Esta manhã

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lança hoje em Pernambuco a Campanha Nacional “Por uma infância e adolescência sem racismo – Valorizar as diferenças na infância é cultivar igualdades". A solenidade acontece esta manhã na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PE).

Em Pernambuco a iniciativa vai reunir mais de 30 instituições ligadas ao combate às desigualdades raciais e sociais no estado. Os envolvidos vão discutir ações e experiências para eliminar atitudes discriminatórias e colaborar para a afirmação das identidades das crianças e dos adolescentes indígenas, negros, ciganos, brancos e outros.

Iniciada no dia 29 de Novembro, em Brasília, a campanha tem o objetivo de alertar a sociedade sobre o impacto do racismo na vida de milhões de crianças e adolescentes brasileiros e promover iniciativas de redução das disparidades, aumentando a valorização da diversidade étnico-racial.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

PERNAMBUCO TAMBÉM É TERRA DE SAMBA l 02 de Dezembro Espaço Muda.‏

Sambistas Pernambucanos Comemoram o dia Nacional do Samba.



SOMOS SAMBISTAS PERNAMBUCANOS!
Dia: 02 de Dezembro Hora: 20H.
Local: Espaço MUDA (rua do lima ao lado da Tv jornal.)
Comemoração do dia Nacional do Samba, lançamento do manifesto
PERNAMBUCO TAMBÉM É TERRA DE SAMBA.l
realização de grande Roda de Samba com:
Paulo Perdigão, Karynna Spinelli, Jorge Riba, Selma do Samba, Hilton de Oliveira, Rui Ribeiro,
Pouca Chinfra, Lucinha Guerra, Dibontom, Neguinho da Samarina, Tadeu Jr, Daniel Coimbra, Lucas dos Prazeres,
Hilson Batukada, Rubem França, Dj 440, Conjunto Maravilha e quem mais chegar!
Vamos Fortalecer essa Corrente! O Samba da nossa terra está mais vivo que nunca!
Apoio: Clube do Samba de Recife, Mesa deSamba Autoral de PE e Espaço MUDA.


Somos sambistas pernambucanos.


Somos militantes em defesa do samba, compositores, cantores, músicos, e sambistas de uma forma em geral. Dirigimos-nos a todo gestores público de cultura a imprensa escrita, falada e televisada, produtores simpatizantes e admiradores. Respeitamos todos os segmentos musicais e a eles nos aliamos, passamos pela trajetória do samba em Pernambuco sob os olhares de desconfiança daqueles que defendem uma cultura pura e regionalizada. Trazemos o canto do negro, do branco e do índio somos o samba a miscigenação em forma de letra e melodia Nossas portas estão abertas a todos aqueles que se engajem nesta luta pela preservação e o fortalecimento do nosso samba.

Não desejamos ser meros reprodutores, mas sim ter a participação na criação enriquecimento e valorização do samba como patrimônio imaterial, sem perder o sotaque e os valores da cultura de nossa terra. Somos Sambistas pernambucanos. Abdicamos de favores, queremos o reconhecimento ao nosso Movimento que é um movimento de resistência a um sistema midiático que cala vozes e impõe sua forma de dominação aculturando em nome do capital.

Podemos não representar uma parcela do samba pernambucano, mas sabemos com certeza que o samba pernambucano é aquele com sotaque, com a sua história sem ser á cópia fiel do que nos é imposto.

Não estamos presos a dogmas não importa se o samba nasceu aqui ou acolá é como se tivéssemos exigindo sua carteira de identidade. Não! O samba é uma entidade nacional com uma linguagem característica de cada região, sem um modelo a ser seguido, não negamos o valor e a contribuição de todos os sambistas desde os grandes “Mestres do passado” até a contemporaneidade, mas recusamos a pecha da monarquia do samba não precisamos de reis príncipes e rainhas. Somos somente sambistas e como tal queremos ser reconhecidos e respeitados.

E dar a vez e voz a essa grande parcela de autores, músicos que por não terem esse espaço de divulgar sua criação, são fadados ao esquecimento e ao desestímulo.

Grandes sambistas pernambucanos radicados no sudeste do país deram sua contribuição ao samba tais como Romildo Souza Bastos 27/12/1941 Recife, PE 14/5/1990 Rio de Janeiro, RJ (Conto de Areia) samba este imortalizado na voz de Clara Francisca Gonçalves12/8/1942 Caetanópolis, MG 2/4/1983 Rio de Janeiro RJ, José Bezerra da Silva 23/2/1927 Recife, 17/1/2005 Rio de Janeiro RJ e tantos outros que mesmo sendo grandes autores e de diversos gêneros na música como Lourenço Fonseca Barbosa 28/10/1904 Surubim, PE 31/12/1997 Recife, PE “Capiba” (A mesma rosa amarela) Carlos Souza Pena Filho 27/5/1929 Recife, PE 1/7/1960 Recife, PE, Luís Bandeira (Na cadência do samba) 25/12/1923 Recife, PE, 22/2/1998 Recife, PE

SAMBA É A NOSSA ESCOLA

NOSSA MANIFESTAÇÃO

SAMBA É A CONSCIÊNCIA

DO PODER DA CRIAÇÃO

BEM JUNTO AO CAPIBARIBE

A SERPENTE DO NORDESTE

O COURO COME

É SAMBA DE CABRA DA PESTE

(Paulo Perdigão)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

II CAMINHADA DE SAUDE E DE RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS DO PAULISTA

Resultado Final das Eleições dos representantes da Sociedade Civil do Conselho Municipal de Políticas Culturais

Prefeitura Municipal de Olinda

Secretaria do Patrimônio e Cultura

Conselho Municipal de Políticas Culturais


A Secretaria de Patrimônio e Cultura de Olinda e o Conselho Municipal de Políticas Culturais, no uso de suas atribuições, torna pública a lista de candidatos eleitos a representantes da sociedade civil do Conselho Municipal de Políticas Culturais para o biênio 2010/2012, durante as eleições realizadas das 8h às 18h no dia 16 de outubro de 2010, conforme as normas do regimento eleitoral e suas alterações:

Segmento 01 - Artes Plásticas:

Conselheira Titular:

Maria Ede Anselmo Alves (3429-4183 9632-2231edealves@hotmail.com)

Conselheiro Suplente:

Marcos Antonio José da Silva (9273-9866 3444-0128 zen_801@hotmail.com)

Segmento 02 – Artesanato:

Conselheira Titular:

Jamary Alves de Santana (8826-5911 3487-4392 jamary_alves@hotmail.com)

Conselheiro Suplente:

Carlos Alberto Santos da Silva (3494-8302 9247-7869 / 8180-6275)

Segmento 03 - Artes Cênicas:

Conselheiro Titular:

Flávio Henrique Ferreira da Silva (9465-7881 flaviofhfs@gmail.com)

Conselheira Suplente:

Maria Tereza Dias Rodrigues (9741-5225 3429-8611 mariatereza.dias@hotmail.com)

Segmento 04 - Artes Visuais:

Conselheiro Titular:

José Sérgio Luiz Bezerra (8833-5301 festivaldasartes@bol.com.br)

Segmento 05 – Carnaval:

Conselheiro Titular:

João Vital da Silva (9918-9766 8752-2060 cabecadegali_pe@hotmail.com)

Conselheiro Suplente:

Luiz Bezerra dos Santos (3438-6953 8871-2623 9195-0366 luiz.tabajara@hotmail.com)

Segmento 06 - Cultura Popular:

Conselheiro Titular:

Jairo Pacheco da Silva Dornellas (9630-5338 artepacheco@yahoo.co.uk)

Conselheiro Suplente:

Humberto Maia dos Santos (3429-0819 3269-6569 9292-2209 humberto.maia@gmail.com)

Segmento 07 - Costumes e Saberes:

Conselheiro Titular:

Edson do Carmo Melo Filho (9947-6303 3498-2694 edson_cmf@hotmail.com)

Conselheira Suplente:

Maria Elizabeth Santiago Oliveira (3439-6475 centroculturalcocodeumbigada@yahoo.com.br)

Segmento 08 - Entidades Não-Governamentais:

Conselheira Titular:

Clube de Mães Risoleta Neves (Josefina Martins Lopes) (3431-6331 8705-5280 9294-1338 9199-2102)

Conselheiro Suplente:

Creche Brasileirinhos - Centro Sociocultural de Pernambuco (Marcos Antônio da Silva Lima) (3493-4517 9919-3146)

Segmento 09 – Literatura:

Conselheira Titular:

Ângela Fernanda Belfort de Araújo (3439-9483 9142-8846 abelforte@globo.com)

Conselheiro Suplente:

João Cavalcanti Ribeiro Júnior (3439-1184 joaoolinda08@yahoo.com.br)

Segmento 10 – Patrimônio:

Conselheiro Titular:

José Eudes da Silva (3439-3033 8621-2390 j.eudes.s@hotmail.com)

Segmento 11 – Música:

Conselheira Titular:

Marileide Carneiro da Silva (3066-0263 9168-1702 cantandoeencantando2009@hotmail.com)

Conselheiro Suplente:

Manoel Paulino (9225-9686 8828-5706 3431-5448 mpaulinocantor@globo.com)

Segmento 12 - Trabalhadores da Cultura:

Conselheira Titular:

Acely Vitor de Souza (8888-8701 acelyvitor@hotmail.com)

Conselheira Suplente:

Maria Lúcia da Cunha Nigro (3429-0184 3493-9708 8816-9082 lucia.nigro@hotmail.com)

Conforme o regimento eleitoral e suas alterações, os candidatos eleitos serão convocados oportunamente a tomar posse até o dia 07 de dezembro de 2010.

Márcia Souto

Conselho Municipal de Políticas Culturais

Secretaria de Patrimônio e Cultura

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Coletivo LGBT promove exibição do curta “Retratos”




O Coletivo LGBT do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) de Pernambuco promove no próximo dia 23 de setembro (quinta-feira), a partir das 19h, no Auditório Marcelo Medeiros, sede do Comitê Estadual do partido, a exibição do curta-metragem “Retratos”, do jornalista Rafael Negrão.

O curta recebeu o prêmio de melhor filme e melhor direção no Foccus-Brazil Video Fest, realizado na Flórida (EUA), de melhor documentário, no Festival de Cinema Digital de Jericoacoara, Ceará.

A iniciativa integra a proposta do Coletivo de ampliar a adesão ao movimento no Recife, bem como contribuir para o debate sobre o exercício e o respeito à diversidade e o consequente fortalecimento da cidadania LGBT.

SERVIÇO

Exibição do curta metragem “Retratos”

Dia 23 de setembro 2010 – 19h

Auditório Marcelo Medeiros – sede do Comitê Estadual do PCdoB

Avenida Visconde de Suassuna, 956 – Santo Amaro, Recife

Entrada franca.

Pontos de Cultura de Todo o País Podem se Inscrever no Festival Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões





Pontos de Cultura de Todo o País Podem se Inscrever no Festival Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões Até o Dia

20 de Setembro.

Pontos de Cultura de todo o país podem enviar suas obras audiovisuais para o Festival Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões até o dia 20 de setembro.

Na edição anterior foram selecionados doze pontos de cultura de toda a federação. Cada ponto pôde trazer dois representantes para o evento e participar de várias oficinas, talk shows e atividades paralelas da programação.

Os filmes de pontos de cultura classificados na categoria de longa metragem receberão um prêmio de R$2000,00 reais cada. Já os curtas classificados receberão a quantia de R$500,00 reais. Os filmes produzidos nessa categoria concorrerão com as produtoras independentes, tendo estes os mesmos critérios de avaliação.

Poderão se inscrever filmes de longas e curtas-metragens que tenham sido finalizados a partir de janeiro de 2008 e que ainda não foram exibidos No Festival Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões.

O Festival acontecerá de 16 a 20 de novembro e vai exibir e premiar obras de comunidades audiovisuais de pontos de culturas e produtoras independentes.

Serão premiados com o CACTO DE OURO os melhores nas categorias: melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor atriz, melhor roteiro, melhor fotografia, melhor direção de arte, melhor montagem, melhor trilha musical, melhor maquiagem e melhor figurino.

Confira em anexo o regulamento e a ficha de inscrição

Mais Informações

www.cinemadossertoes.com

www.escalet.com.br

www.rededeleitura.org

cinemadossertoes@yahoo.com.br

grupoescalet@yahoo.com.br



Telefones

+55 (89) 9997 0006 Ligiane Duarte

+55 (89) 9978 6996 César Crispim

+55 (89) 9973 3228 Celene Ribeiro

As inscrições deverão ser enviadas para Av. PI 05, 2747, Bairro Santa Rita, CEP: 64800-000 Floriano-PI.

A iniciativa é uma promoção do Pontão de Cultura “Cultura Viva ao Alcance de Todos”, tendo como agente cultural o Grupo ESCALET, o apoio da Petrobras, Secretaria da Cidadania Cultural - Ministério da Cultura, dos governos Estadual e Federal.

Seminário de Enfrentamento ao Racismo Institucional e o Fenômeno Religioso na Sala de Aula.



O Comitê de Promoção da Igualdade Étnicorracial (CEPIR) informa que
estará realizando nos dias 22 e 23 de setembro, o Seminário de
Enfrentamento ao Racismo Institucional e o Fenômeno Religioso na Sala
de Aula, na Universidade Católica de Pernambuco.

Período: 22 e 23 de setembro

Local: UNICAP – Auditório, Bloco G2




A impressão da ficha é imprescindível para sua inscrição. Preencha a
> mesma e não esqueça de apresentá-la no primeiro dia do seminário (22
> de setembro)

Seminário de Enfrentamento ao Racismo Institucional e o Fenômeno Religioso na Sala de Aula.

O Comitê de Promoção da Igualdade Étnicorracial (CEPIR) informa que
> estará realizando nos dias 22 e 23 de setembro, o Seminário de
> Enfrentamento ao Racismo Institucional e o Fenômeno Religioso na Sala
> de Aula, na Universidade Católica de Pernambuco.
>
> Os interessados podem realizar sua inscrição através da ficha que
> segue anexa, juntamente com a programação do evento. A imp
>
> Pernambuco implementando a Lei 10.639/03
>
> Serviços:
>
> Período: 22 e 23 de setembro
>
> Local: UNICAP – Auditório, Bloco G2
>
> Lei 10.639
>
> ANEXOS: Ficha de Inscrição + Programação
>
> A impressão da ficha é imprescindível para sua inscrição. Preencha a
> mesma e não esqueça de apresentá-la no primeiro dia do seminário (22
> de setembro)

Olinda - Divulgada a lista de eleitores e candidatos do Conselho Municipal de Politicas Culturais‏

Publicado em 17/09/10 às 17:51 | Atualizado em 17/09/10 às 18:21
Divulgada a lista de eleitores e candidatos do Conselho Municipal de Politicas Culturais
A partir de hoje (17), segue-se um cronograma para apresentação de recursos e publicação final de eleitores e candidatos

Por Secretaria de Comunicação de Olinda
No total, se inscreveram para participar das eleições o total de 239 pessoas.

Arte: Taís Nascimento

Conforme as normas regimentais, foi concluído o processo de inscrição para as eleições do conselho Conselho Municipal de Politicas Culturais na última sexta-feira (10). Do dia 15 de julho a 10 de setembro, a Secretaria de Cultura realizou a convocação de todos os cadastrados por telefone e e-mail, divulgação através de cartazes, faixas e panfletos que foram enviados para diversos locais no Recife e em Olinda, além de empresas de ônibus da RMR. Fora isso, houve uma plenária no dia 30 de agosto para divulgar as ações do CMPC e para incentivar a participação dos interessados.

Após este processo, se inscreveram para participar das eleições o total de 239 pessoas (a partir da inscrição no cadastro, entrega dos documentos e preenchimento dos formulários relacionados às eleições), sendo 86 de carnaval, 47 de artesanato, 23 de cultura popular, 21 de música, 20 de artes plásticas, 14 de artes cênicas, 11 de literatura, 6 de trabalhadores da cultura, 4 de artes visuais, 3 de costumes e saberes, 3 de entidades não-governamentais e 1 de patrimônio.

Na condição de candidatos, realizaram a inscrição um total de 44 pessoas para representação em todos os segmentos. Para algumas áreas específicas, entretanto, como patrimônio e artes visuais, apenas uma pessoa demonstrou interesse em se candidatar.

Conforme as normas do regimento e suas alterações, disponibilizamos a lista de pessoas aptas a participarem do processo eleitoral na condição de eleitor e candidato. A partir de hoje, segue-se um cronograma para apresentação de recursos e publicação final de eleitores e candidatos.

obs: a lista das pessoas aptidas a votar estão no site da prefeitura de oloinda.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Celebração 2 de Outubro (dia internacional da Não-violência) em Pernambuco!‏

Convocamos a todos que queria ajudar na organização do encontro!




Celebração 2 de Outubro (dia internacional da Não-violência)

Primeira movilização no Parque Igarassu para apresentar o espaço da região nordeste para a formação de ativistas da Não-violência (convocatória a prefeituras, escolas e universidades, movimentos e organizações, amig@s, familiares e conhecid@s)...




Mais detalhes no site do parque - http://parque-igarassu.jimdo.com/

Encontros pela Paz e Não-Violência no Nordeste‏

MarchaMundial.Net
Marcha Mundial pela Paz e Não-violência


Encontros pela Paz e Nao-Violência" no Parque Igarassu / PE
Ajudem a construir o Parque Igarassu - pela Paz e Nao-Violencia


Sobre os Parques de Estudos e Reflexão


Os Parques de estudo e reflexão são lugares de encontro e irradiação de uma nova espiritualidade que rejeita toda forma de violência e discriminação e que apela a essa dimensão sagrada da mente humana para encontrar liberdade e sentido. Qualquer ser humano, seja qual for sua crença, pode participar desse caminho afetivo, comovente e experiencial.


Sobre os Parques de Estudos e Reflexão no Brasil


No Brasil contamos hoje com o Parque de Estudos e Reflexão Caucaia, localizado em Cotia-SP (imagens através do site www.parquecaucaia.net) e outros dois projetos em andamento. Um no Rio de Janeiro, na Região dos Lagos, e outro em Pernambuco, na cidade de Igarassu, localizada a 40min. da capital, Recife.


Sobre o Parque de Estudos e Reflexão Igarassu


Todos os Parques de Estudos e Reflexão existentes hoje no mundo (http://www.parquecaucaia.net/internas.asp?cod_secao=8) e também aqueles que se encontram em fase de construção foram impulsionados pela ação desprendida de mulheres e homens que baseiam suas vidas nos ideais de solidariedade e de não-violência do Novo Humanismo, também chamado Humanismo Universalista.


A exemplo da experiência adquirida na construção do Parque Caucaia, aqueles que queiram colaborar com a construção de mais um Parque de Estudos e Reflexão no Brasil, poderão fazê-lo através de diferentes formas. Uma delas é adquirindo lotes de 250m2 nas adjacências da área destina à construção do Parque Igarassu.


Calendário Parque Igarassu 2010




17-31 Agosto: Campanha Econômica “30 Lotes” (400m e 250m)

18 amig@s que manifestaram interesse na compra de terrenos, se confirmamos esses só necessitariamos vender 12 terrenos mais!




Oficina do Fogo: Sáb 28/8 e/ou Dom 29/8

Convidamos amig@s, familiares e conhecidos para essa oficina que guiara Alexandre (confirmar data e horário)




Celebração 2 de Outubro (dia internacional da Não-violência)

Primeira movilização no Parque Igarassu para apresentar o espaço da região nordeste para a formação de ativistas da Não-violência (convocatória a prefeituras, escolas e universidades, movimentos e organizações, amig@s, familiares e conhecid@s)...




Quaisquer dúvidas entre em contato através do e-mail - marchaliberdade@gmail.com



Visite MarchaMundial.Net em: http://www.marchamundial.net/?xg_source=msg_mes_network

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CENA BRASIL EDIÇÃO 2010

VI Festival Brasília de Cultura Popular de BRASILIA o Afoxé Alafin Oyó-PE Confirmando na Progamoção!!!!!


É chegada a hora! A capital mais uma vez se prepara para festejar A NOITE QUE NASCEU O CALANGO VOADOR!!!

Em 2010, o Festival Brasília de Cultura Popular chega a sua sexta edição e traz em sua programação Oficinas,
Troca de Saberes, Tenderê, Feira Cultural e várias apresentações culturais!

De 06 a 12 de setembro nos gramados da Funarte.

Entrada Franca!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

CONGRESSO VITORIOSO

8º Congresso da União das Associações e Conselhos de Moradores de Olinda – UNACOMO.


“Movimento de Unificação”


Após muitos esforços, a direção da União das Associações e Conselhos de Moradores de Olinda - UNACOMO, junto com uma comissão organizadora, promove no Colégio Santa Emília, localizado no bairro de Jardim Atlântico o seu VIII Congresso, visando eleger a próxima diretoria, assim como, ampliar o debate com as demais entidades sociais que fazem parte do município de Olinda e criar uma plataforma de lutas para os próximos anos da nova gestão .


Unificando os principais movimentos sociais existentes em Olinda e contando com calorosas intervenções das lideranças comunitárias de diversos bairros do município. Todas as dificuldades que antecederam para o acontecimento do congresso foram superadas pela vontade de transformações sociais, mostrando que o movimento popular é forte e ousado. E diante disso, várias foram as temáticas debatidas pelos delegados que participaram do evento, provando que a UNACOMO é de fato uma importante entidade social dentro e sua relevância política é notável dentro do município de Olinda.




Como era esperado, a plenária final, elegeu a nova direção da UNACOMO, como também modificou alguns pontos do estatuto da entidade, criando assim novos departamentos, novos cargos de direção e também o conselho fiscal da entidade renovando algumas metodologias de trabalho e identificando novas bandeiras de lutas para a entidade. A Presidência da UNACOMO, foi reconduzida para o até então presidente em exercício, Marcos Morais que foi saudado por calorosos aplausos e apoio de todos os delegados que fizeram parte do evento.


Nesse contexto, Olinda conta agora mais uma vez com uma das mais importantes entidades sociais, bastante renovada, com novos quadros de diretores e muita motivação para fortalecer cada vez mais a luta do povo, tarefa que a UNACOMO sempre desempenhou, ao lado das demais entidades associadas.
http://unacomo.blogspot.com/

terça-feira, 20 de julho de 2010

NEGROSAMBA SIM DE AGOSTO !!!!!!

Congresso da UNACOMO Adiado‏

A comissão organizadora do VIII congresso da UNACOMO, comunica a todos(as) que devido a grande demanda o congresso da entidade será transferido para os dias 30 e 31/07/2010. Num dos momentos mais importante da cidade, do estado e do país, não poderiamos deixar de atender as demandas que nos foi encaminhada, com isso a comissão organizadora do congresso já está a todo vapor para conseguir a estrutura necessária para a realização de mais um grandioso congresso da entidade.

Contamos com a colaboração de todos(as)

Ajude a divulgar.

A Comissão de Organização

Maiores Informações:
3028-0353 / 9758-1983

www.unacomo.blogspot.com

Não ao preconceito

Antônio Rufino: palavra macumba teria sido citada como uma alusão a "coisas do diabo" por algumas mães de alunos Foto: Juliana Leitão/DP/D.A Press


O pernambucano Antônio Rufino é o cara. Negro, estudioso (com mestrado e cursando doutorado), o professor de português e inglês da Escola Estadual Manoel de Bastos Tigre, em Arthur Lundgren I na cidade de Paulista, tem a melhor compreensão do 13 de maio, lembrado no dia de ontem. Com o olhar muito além do marco cívico e da sanção da lei que extinguiu a escravidão no Brasil, as atitudes de Rufino fazem lembrar que o 13 de maio representa luta. Após entrar em "depressão" por ter sido vítima de "discriminação étnica" e de "intolerância", durante a festa do Dia das Mães onde leciona, Rufino fez a sua parte como cidadão. Desde o último domingo, iniciou a busca por uma "reparação moral" pela "violência" a que diz ter sido exposto. Por e-mail, mobilizou colegas de profissão e instituições ligadas ao movimento afro pedindo apoio para evitar que o "preconceito cultural" persista ou se propague entre pais e alunos. "Não posso deixar que essa discriminação com o negro continue",disse Rufino ao Diario.

O professor Antônio Rufino sensibilizou e acaba de envolver a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Diversidade da Gerência Regional de Educação da Região Metropolitana Norte (Gre Metro Norte), uma instância da Secretaria de Educação de Pernambuco que media conflitos em 117 instituições em sete municípios do estado. O coordenador da comissão, Nicodemos Felipe de Souza, requereu à diretoria da escola um relatório sobre o ocorrido na festa do Dia das Mães e sobre a diretriz pedagógica e ações de combate à intolerância na unidade. De qualquer forma, já adiantou: deve intervir no caso, promovendo encontros com professores, pais e alunos para amenizar comportamentos racistas e autoritários no convívio social. "Estudaremos o caso, mas com certeza situações como essa têm o preconceito como pano de fundo. A discriminação racial aparece de forma invisível", explica, ressaltando que a função do grupo não é de policiamento; visa orientação de valores.


Eis o episódio que gerou a celeuma: o professor Antônio Rufino sugeriu um projeto para apresentações de danças envolvendo estudantes das turmas de 5ª, 6ª e 7ª séries do ensino fundamental. Para os da 7ª série, trabalhou o livro O corpo fala, teoria do educador e psicólogo francês Pierre Wiel. Coube a esses garotos um número de dança, com a releitura de uma música do grupo Cordel de Fogo Encantado. Três jovens (só um da escola) usaram figurinos africanos e dançaram coreografias com a mesma temática. Rufino - mestre em identidade cultural e doutorando nas questões de memória e resistência - apoiou a atividade, vestindo-se com uma caftan (espécie de bata colorida e típica). Um grupo de mães não gostou. Em reclamação à diretora, Roselina Cândida, elas condenaram a atitude do professor, acusando-o de fazer apologia à "macumba". A palavra "macumba" teria sido citada, segundo o professor, de forma pejorativa, como uma alusão a "coisas do diabo". Foi o assunto da semana na escola.


O episódio é pequeno para quem não vê o conjunto das críticas e o simbolismo da luta do professor Antônio Rufino e de uma cultura negra pouco respeitada, mesmo 122 anos depois do fim da escravatura. Na visão de especialistas, aceitá- las ou incentivá-las pode representar racismo institucional ou falta de conhecimento de leis brasileiras e da democracia no que toca questões étnicas. Poucos gestores sabem ou aplicam, mas desde 2003, a lei federal nº 10.639 obriga a inclusão da história e cultura afro-brasileiras como parte do currículo oficial das escolas do país. Antônio Rufino tentou colocar a lei em prática. Deveria ser copiado.

CARTA DE SÃO PAULO

Nos seus vinte e dois anos de existência a UNEGRO vem pautando sua atuação no combate o racismo em todas as suas formas de manifestação, particularmente as ações sistêmicas que impedem o usufruto pleno dos direitos de cidadania. A entidade expandiu-se e hoje está organizada em vinte e cinco estados. Consolidou-se como uma das principais alternativas de luta da população negra contra as opressões de raça, gênero e classe, sempre em harmonia aos princípios de sua fundação.
Uma das faces dessa luta é a superação do Estado Mínimo, parte integrante do processo de mundialização do capital sem as barreiras dos outrora fortes Estados Nacionais. A face mais cruel dessa globalização conforme defendia o geógrafo Milton Santos é a perversidade com que trata as populações pobres, não brancas e de países periféricos em todo o mundo. O neoliberalismo intensifica o racismo, as exclusões, renova disparidades, cria novas desigualdades, esmaga as realidades nacionais.
Por estes motivos, a UNEGRO sempre foi parte da trincheira de resistência global aos ataques do capitalismo neoliberal nas diversas nações sul-americanas e africanas. No Brasil, sempre organizou a população negra na criação de alternativas a este perverso projeto.
Assim, iniciamos com a eleição de Lula em 2002, um novo ciclo de mudanças no país que redefiniu o papel do Estado, agora não mais mínimo, para o atendimento às demandas da população represadas por mais de uma década. Começou a ser delineado um projeto de desenvolvimento nacional centrado no crescimento econômico associado à distribuição de renda, na diminuição da pobreza e elevação dos mais pobres às classes consumidoras. Conseguimos também, construir uma Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, implementar o PROUNI, regularizar e titular dezenas de comunidades remanescentes de quilombos e aprovar instrumentos com o Estatuto da Igualdade Racial que consolida nossas demandas como políticas de Estado.
Entretanto, esse projeto pode ser ameaçado com a eleição do PSDB/DEM, herdeiros da era FHC, e forças políticas comprometidas com o capital financeiro e defensoras da criminalização da juventude através da redução da maioridade penal e do extermínio físico deste segmento. A experiência do PSDB/DEM no estado de São Paulo demonstra esta linha política. São ferrenhos defensores da terceirização das ações sociais do Estado, transformando-as em instrumentos de repasse de verbas públicas para instituições privadas, aprofundaram a falência da educação pública, reprimiram os movimentos sociais com extrema violência.
Cientes dos desafios postos no cenário eleitoral estamos convictos de que precisamos avançar ainda mais nas conquistas para a população negra, realizar transformações estruturais necessárias à superação do racismo e das desigualdades sociais, aprofundar os mecanismos de participação democrática da população. Dessa forma, a UNEGRO resguardada sua autonomia como entidade suprapartidária do movimento negro aponta o grande perigo representado pela eleição de um candidato representante do projeto neoliberal capitaneado pela coligação PSDB/DEM e defende a eleição de Dilma como a primeira mulher presidente da República para aprofundar o ciclo de mudanças iniciados nos dois mandatos da era Lula.
Como herdeiros de Zumbi e Dandara, acreditamos e lutamos por um mundo onde não haja exploradores e explorados, nem senhores e nem escravos. E isto se faz com rebeldia.
REBELE-SE CONTRA O RACISMO!!
4ª PLENÁRIA NACIONAL DA UNEGRO – NELSON MANDELA
SÃO PAULO, 18 DE JULHO DE 2010.

Olinda inicia cadastro para eleições do Conselho Municipal de Políticas Culturais

Projeto tem como objetivo possibilitar a participação social na gestão de Cultura do município

Por Tárcio Fonseca

A Prefeitura Municipal de Olinda, através da Secretaria de Patrimônio e Cultura, inicia as inscrições para as Eleições do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Olinda. Os interessados em participar devem se inscrever no site do Cadastro Cultural de Olinda e depois se dirigir até a Secretaria de Patrimônio e Cultura (Rua de São Bento, 160, Varadouro, Olinda) em dias úteis, no horário entre 8h e 13h, munidos dos documentos necessários listados no regimento.
O Conselho é um órgão colegiado (composto por representantes governamentais e da sociedade civil) de natureza deliberativa, normativa, consultiva e fiscalizadora, integrante da estrutura da Secretaria de Patrimônio e Cultura – SEPAC, com a finalidade de propor diretrizes, discutir, monitorar, desenvolver e fomentar as atividades culturais no território de Olinda.

sábado, 3 de julho de 2010

Nota de Esclarecimento

A Unegro

Informa que devido ao falecimento do parente de um dos membros da coordenação do Projeto NegroSambaSim, na tarde de ontem (01/07), a gradiosa mesa de Samba que acontece todo 1º Domingo do mês e que iria acontecer neste domingo (04/07/2010) foi cancelada.

Lamentamos o cancelamento e pedimos a compreensão de todos.


contato:
96620868 / 86053245 / 88389154



unegro_pe@hotmail.com

http://unegro-pe.blogspot.com

www.unegro.org.br

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Caminhada dos Terreiros em Pernambuco

Aproveito a oportunidade para convidá-las(os) a participarem da plenária(discussão e preparação da Caminhada dos Terreiros de PE - em 04/11/2010) que acontecerá no dia 06 de Julho, às 14h00min, no auditório (15º andar) da Prefeitura do Recife.



Agradeço Sempre...

(Mò Dúpé)

Ìyá Elza de Yemoja (Coordenadora Religiosa – Caminhada dos Terreiros de Pernambuco)

Fones: (081) 3242.7529 / 8531.7900

segunda-feira, 7 de junho de 2010

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Por Um Novo Projeto de Desenvolvimento Nacional: O Negro Compartilhando o Poder

A União de Negros Pela Igualdade – UNEGRO entidade política do movimento negro, fundada no Centenário da Abolição, em 14 de julho de 1988, na capital da Bahia, Salvador. Desde seu nascimento lançou sua Carta de Princípios, que delineia os objetivos de sua existência, dentre eles está o de “Combater o racismo em todas as suas formas de manifestação, particularmente as ações sistêmicas que impedem o usufruto pleno dos direitos de cidadania.”. A UNEGRO cresceu, em 2010, após vinte e dois anos de sua fundação, está organizada em vinte e quatro estados. Consolidou-se como uma das principais alternativas de luta da população negra contra as opressões de raça, gênero e classe, sempre em harmonia aos princípios de sua fundação.
A UNEGRO considera positiva a trajetória política do movimento negro brasileiro nos últimos vinte anos – tempo em que se deu a efetiva contribuição da entidade. De 1988 a 2010 conquistamos no campo jurídico (criminalização constitucional do racismo, direito dos remanescentes de comunidades quilombolas a posse da terra, Lei Caó, etc.); institucional (criação de secretarias, conselhos, coordenadoria, acessorias de promoção da igualdade racial em todos os âmbitos de governos, instituição de frentes de parlamentares em defesa da igualdade racial nos principais parlamentos municipais e estaduais, além do federal) e político (desmascaramento do mito da democracia racial, consolidação de fortes entidades nacionais e locais, presença nos sindicatos, partidos e governos), credenciando o movimento negro como um dos segmentos dos movimentos sociais brasileiro mais fértil em crescimento e conquistas.
As conquistas do movimento negro foram potencializadas na era Lula – presidente que recebeu o apoio formal da UNEGRO, divulgado no “Manifesto de Olinda”, em 19 de abril de 2006, após a III Plenária Nacional da UNEGRO. Na ocasião o posicionamento político da UNEGRO foi bem ajustado ante a necessidade da população negra, a luta contra o racismo e a todas as formas de intolerância e opressão. No governo Lula, obtivemos significativos avanços com a Lei 10.639/03, que institui obrigatoriedade do ensino da história da África e dos afrobrasileiros nas escolas públicas e privadas; o Decreto Presidencial 4887/03 que regulariza a titularização das terras quilombolas; instituição da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR e Fórum Intergovernamental de Igualdade Racial – FIPIR; instituição do PRÓ-UNI e cotas nas universidades públicas, que permitiram a entrada de mais de quinhentos mil negros no ensino superior.
Cabe destacar que as políticas sociais e as de combate a pobreza capitaneada pelo Programa Bolsa Família cumpre determinação e compromisso assumido pelo Estado brasileiro, expresso na Declaração e Plano de Ação de Durban. Incidiram positivamente na base da pirâmide social brasileira, logo beneficiaram milhares de famílias negras. Defendemos a continuidade e aprofundamento desse caminho, que inevitavelmente será interceptado com o retorno ao poder de forças neoliberais, representantes do atraso e comprometidas com interesses dos mais ricos. Empenhada com o avanço social, com mais democracia, mais direitos ao povo e com a superação do racismo, a UNEGRO se manterá ao lado das forças sociais que elevaram Lula ao poder.
Ciente que os avanços da política de promoção da igualdade racial supracitados, paradoxalmente, pouco incidiram na qualidade de vida da população negra; que parte importante das proposições e estruturas de igualdade racial tem jogado um papel simbólico, ou seja, de demonstração do reconhecimento do Estado e da sociedade civil que o racismo é um componente político, histórico, cultural e sociológico que produz desvantagens no campo material e simbólico à população não branca, especialmente a negra e indígena. Devemos avaliar com urgência e maior profundidade os mecanismos de resistência a igualdade racial que instrumentaliza o conservadorismo político e o racismo no Brasil - responsáveis pelo fato de sermos campeões em propostas e em conquistas jurídicas, institucionais e políticas no campo da igualdade racial, ao mesmo tempo campeões em ineficácia na efetiva implantação das medidas. Avançamos bastante, mas temos que avançar muito mais.
A UNEGRO compreende que o racismo é um importante instrumento de exercício concreto do poder, gera retorno material e político aos propugnadores. Por isso, trata-se de um grande equívoco combatê-lo distante da luta política cotidiana do povo brasileiro, pois o fortalecimento das causas populares reverte em enfraquecimento dos mais interessados em acirrar o racismo. A despeito da trajetória positiva, parte significativa do movimento negro tem se relacionado muito pouco com os diversos segmentos dos movimentos sociais. Assim se isola, não compõe e nem constitui amplas articulações a fim de fortalecer suas reivindicações e incorporar temas que diz respeito a ampla coletividade oprimida. Comporta-se como ator solitário e responsável exclusivo pela luta política de superação do racismo. Vive compenetrado exclusivamente em sua especificidade e, em certo momento, acirra a abordagem monotemática – a exemplo da dimensão dada ao debate das cotas e do Estatuto da Igualdade Racial, desde a Conferência Mundial Contra o Racismo realizada em Durban, África do Sul, tornaram-se as principais reivindicações do movimento negro brasileiro, retirando-o dos temas políticos de grande relevância a todo povo brasileiro, como: as reformas populares (urbana, fiscal, agrária, política, educacional, comunicação), Pré-sal, política econômica, direitos sociais, etc. Defendemos que o movimento negro trabalhe organicamente unificado para se constituir em um ator político global, que interaja com temas estruturantes para o desenvolvimento do Brasil, além de discutir políticas públicas. Compreendendo que devemos defender sua efetiva universalização e as necessárias ações afirmativas, com vistas a superar as desigualdades socioeconômicas que pesa negativamente sobre a população negra.
A UNEGRO considera que parte importante das reivindicações dos movimentos sociais e do movimento negro passa pela discussão do desenvolvimento e pela defesa do fortalecimento e soberania da nação. Somente uma nação que desenvolve as forças produtivas, próspera, forte, soberana e que distribui riqueza, tem condições de garantir dignidade ao seu povo. Para garantir o “combate ao racismo em todas as suas formas de manifestação, particularmente as ações sistêmicas que impedem o usufruto pleno dos direitos de cidadania”, temos que lutar por um novo projeto de desenvolvimento nacional e incidir sobre ele. Contribuir na definição do modelo de desenvolvimento, eleger as prioridades, atuar contra a desigualdade, garantir a inclusão da população negra.
Somente no campo da política é possível obter resultados satisfatórios no modelo de desenvolvimento que contemple a população negra e pobre. O desenvolvimento em si não garante inclusão, melhor qualidade de vida ao povo e justiça social. O Brasil viveu momentos de grande desenvolvimento e prosperidade mantendo a desigualdade e a pobreza concentrada na população negra. A ausência de negros e negras nos espaços de poder político, tem contribuído para ineficácia da implantação das políticas de promoção da igualdade racial, para manutenção da população negra nas margens da sociedade e para a divisão e conflitos no seio do povo. Os negros e negras estão exageradamente subrepresentados nos espaços de poder dos governos municipais, estaduais e federal, dos parlamentos de todo país e em todas as instâncias judiciárias. Há algo errado na democracia brasileira que mantém a população negra distante do poder. Precisamos garantir espaços políticos equitativo para mulheres e homens negros em todas as esferas de poder, precisamos compartilhar os espaços de decisão da sociedade brasileira, sem a qual não há justiça e uma verdadeira unidade nacional.

Para isso propomos as seguintes ações e medidas:

1. Realizar seminários e estudo coletivos para aprofundar a compreensão sobre desenvolvimento e economia, a fim de elaborar a defesa de um modelo de desenvolvimento que inclua a população negra;
2. Participar das articulações e agendas unitárias dos movimentos sociais, priorizando o fortalecimento da Coordenação de Movimentos Sociais – CMS;
3. Articular ações unitárias com organizações nacionais e regionais do movimento negro, com objetivo de sedimentar uma instância de representação ampla do movimento negro brasileiro, capaz de pautar os mais legítimos interesses da população negra e pobre na sociedade brasileira;
4. Participar das conferências de políticas públicas, dando especial atenção às seguintes conferências: saúde, educação, cidades, cultura, esporte, mulher, igualdade racial, segurança pública, direitos humanos, criança e adolescentes, segurança alimentar, LGBT;
5. Envidar esforços para compor Conselhos de Políticas Públicas, com vista a contribuir com uma abordagem antirracista nas políticas públicas governamentais e consolidar os espaços de democracia participativa;
6. Participação da UNEGRO e do movimento negro no processo eleitoral, somando as forças progressistas comprometidas com o desenvolvimento nacional com mais democracia, direitos sociais e distribuição de renda;
7. Participar das campanhas eleitorais nos estados e municípios onde estamos organizados e garantir as propostas do movimento negro nos planos de governos majoritários;
8. Apoiar e fortalecer candidaturas negras, progressistas e comprometidas com o combate ao racismo e com a promoção da igualdade racial

terça-feira, 11 de maio de 2010

1º Conferência de Educação Étnico Racial da Cidade de Olinda‏

Começa nesta quinta-feira (06) e vai até a quarta-feira (12), as inscrições para a 1º Conferência de Educação Étnico Racial da Cidade de Olinda, que acontece no dia 13 de maio, no Auditório da Secretaria Municipal de Educação, Rua 15 de Novembro, Carmo.

Os interessados em assegurar antecipadamente sua participação no evento devem procurar a Coordenadoria dos Negros e Negras de Olinda, localizada na Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos, na Avenida Getúlio Vargas, n° 536, Bairro Novo, Olinda. São 120 vagas sendo 50 para sociedade civil organizada, 50 para membros do governo, 10 para observadores e 10 para convidados.

O tema principal da conferência é a inclusão da história afro-brasileira e indígena no currículo escolar do município de Olinda. Durante todo o dia serão discutidas propostas sobre dois sub-temas. Na parte da manhã será discutida a Implementação e suas Implicações Legais das Leis nº 10.639/03 e nº 11.465/08 no Ambiente Escolar e Social, com a participação da Secretária de Educação de Olinda, Leocádia da Hora e o vereador Marcelo Santa Cruz, e a tarde as Políticas Públicas e Mecanismos de Controle Social Potencializando a Educação Étnica Racial – Construção do Fórum de Educação Étnico Racial do Município de Olinda, com o vereador Jorge Prestanista, o representante do Fórum Estadual de Educação Étnico Racial, Josebias José dos Santos e um membro do Movimento Negro do Fórum Estadual, Marta Almeida. Além disso, caberá aos participantes elegerem 20 delegados da sociedade civil e do governo, que tomarão posse no Fórum Municipal de Educação Étnico Racial.

O evento é uma iniciativa da Prefeitura de Olinda por intermédio das Secretarias de Educação e Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos em conjunto com a coordenadoria dos Negros e Negras de Olinda.
Programação:

Local: Auditório da Secretaria de Educação de Olinda.
Dia: 13 de maio de 2010
Horário: 9h às 17h

· 08h às 10h – Credenciamento

· 09h - Mesa Política – Leitura e Aprovação do Regimento

· 09h30 - “A Implementação e suas Implicações Legais das Leis nº 10.639/03 e nº 11.465/08 no Ambiente Escolar e Social”
Expositores: Leocádia da Hora – Secretária de Educação – SEDO, Vereador Marcelo Santa Cruz
Coordenação da Mesa: Ana Cristina – Assessora da Diretoria de Ensino – SEDO

· 11h30 – Plenária

· 12h30 - Almoço

· 14h00 – “Políticas Públicas e Mecanismos de Controle Social Potencializando a Educação Étnica Racial – Construção do Fórum de Educação Étnico Racial do Município de Olinda”
Expositores: Ver. Jorge Prestanista, Josebias José dos Santos – Fórum Estadual de Educação Étnico Racial, Marta Almeida – Membro do Movimento Negro do Fórum Estadual
Coordenação da Mesa: Adeildo Araújo – Coordenadoria de Negros e Negras

· 17h – Plenária

· 18h – Eleição e Posse do Fórum Municipal
Coordenação da Mesa: Fórum Estadual de Educação Étnico Racial, Coordenadoria do Negros e Negras, SEDO – Educação Inclusiva Gênero/Etnia

· 19h - Encerramento

Seminário “Escravidão no Atlântico Sul e a Contribuição Africana no Processo Civilizador Brasileiro”

O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundacao Joaquim Nabuco (Fundaj), em parceira com a Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco), estará promovendo entre os dias 12 e 14 de maio, das 14h às 18h, o seminário “Escravidão no Atlântico Sul e a Contribuição Africana no Processo Civilizador Brasileiro”. O evento faz parte das atividades do Ano Nacional Joaquim Nabuco e marcará o lançamento da exposição itinerante “Para que não esqueçamos: O triunfo sobre a escravidão”.
Os seminários que serão realizados no auditório Benício Dias, localizado no Museu do Homem do Nordeste, terão o intuito de estimular o debate e a pesquisa histórico-social. Através de atividades desse gênero, existirão novas interpretações da sociedade brasileira, resultando assim na quebra e superação de preconceitos contra a população negra.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

DIA 02 DE MAIO TEM SAMBA DO TRABALHADOR

Por Um Novo Projeto de Desenvolvimento Nacional: O Negro Compartilhando o Poder

A União de Negros Pela Igualdade – UNEGRO entidade política do movimento negro, fundada no Centenário da Abolição, em 14 de julho de 1988, na capital da Bahia, Salvador. Desde seu nascedouro lançou sua Carta de Princípios, que delineia os objetivos de sua existência, dentre eles está o de “Combater o racismo em todas as suas formas de manifestação, particularmente as ações sistêmicas que impedem o usufruto pleno dos direitos de cidadania.”. A UNEGRO cresceu, em 2010, após vinte e dois anos de sua fundação, está organizada em vinte e quatro estados. Consolidou-se como uma das principais alternativas de luta da população negra contra as opressões de raça, gênero e classe, sempre em harmonia aos princípios de sua fundação.
A UNEGRO considera positiva a trajetória política do movimento negro brasileiro nos últimos vinte anos – tempo em que se deu a efetiva contribuição da entidade. De 1988 a 2010 conquistamos no campo jurídico (criminalização constitucional do racismo, direito dos remanescentes de comunidades quilombolas a posse da terra, Lei Caó, etc.); institucional (criação de secretarias, conselhos, coordenadoria, acessorias de promoção da igualdade racial em todos os âmbitos de governos, instituição de frentes de parlamentares em defesa da igualdade racial nos principais parlamentos municipais e estaduais, além do federal) e político (desmascaramento do mito da democracia racial, consolidação de fortes entidades nacionais e locais, presença nos sindicatos, partidos e governos), credenciando o movimento negro como um dos segmentos dos movimentos sociais brasileiro mais fértil em crescimento e conquistas.
As conquistas do movimento negro foram potencializadas na era Lula – presidente que recebeu o apoio formal da UNEGRO, divulgado no “Manifesto de Olinda”, em 19 de abril de 2006, após a III Plenária Nacional da UNEGRO. Na ocasião o posicionamento político da UNEGRO foi bem ajustado ante a necessidade da população negra, a luta contra o racismo e a todas as formas de intolerância e opressão. No governo Lula, obtivemos significativos avanços com a Lei 10.639/03, que institui obrigatoriedade do ensino da história da África e dos afrobrasileiros nas escolas públicas e privadas; o Decreto Presidencial 4887/03 que regulariza a titularização das terras quilombolas; instituição da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR e Fórum Intergovernamental de Igualdade Racial – FIPIR; instituição do PRÓ-UNI e cotas nas universidades públicas, que permitiram a entrada de mais de quinhentos mil negros no ensino superior.
Cabe destacar que as políticas sociais e as de combate a pobreza capitaneada pelo Bolsa Família cumpre determinação e compromisso assumido pelo Estado brasileiro, expresso na Declaração e Plano de Ação de Durban. Incidiram positivamente na base da pirâmide social brasileira, logo beneficiaram milhares de famílias negras. Defendemos a continuidade e aprofundamento desse caminho, que inevitavelmente será interceptado com o retorno ao poder de forças neoliberais, representantes do atraso e comprometidas com interesses dos mais ricos. Empenhada com o avanço social, com mais democracia, mais direitos ao povo e com a superação do racismo, a UNEGRO se manterá ao lado das forças sociais que elevaram Lula ao poder.
Ciente que os avanços da política de promoção da igualdade racial supracitados, paradoxalmente, pouco incidiram na qualidade de vida da população negra; que parte importante das proposições e estruturas de igualdade racial tem jogado um papel simbólico, ou seja, de demonstração do reconhecimento do Estado e da sociedade civil que o racismo é um componente político, histórico, cultural e sociológico que produz desvantagens no campo material e simbólico à população não branca, especialmente a negra e indígena. Urge avaliarmos com maior profundidade os mecanismos de resistência a igualdade racial que instrumentaliza o conservadorismo político e o racismo no Brasil - responsáveis pelo fato de sermos campeões em propostas e em conquistas jurídicas, institucionais e políticas no campo da igualdade racial, ao mesmo tempo campeões em ineficácia na efetiva implantação das medidas. Avançamos bastante, mas temos que avançar muito mais.
A UNEGRO compreende que o racismo é uma importante dimensão de exercício concreto do poder, gera retorno material e político aos propugnadores. Por isso, trata-se de um grande equívoco combatê-lo distante da luta política cotidiana do povo brasileiro, pois o fortalecimento das causas populares reverte em enfraquecimento dos mais interessados em acirrar o racismo. A despeito da trajetória positiva, parte significativa do movimento negro tem se relacionado muito pouco com os diversos segmentos dos movimentos sociais. Assim se isola, não compõe e nem constitui amplas articulações a fim de fortalecer suas reivindicações e incorporar temas que diz respeito a ampla coletividade oprimida. Comporta-se como ator solitário e responsável exclusivo pela luta política de superação do racismo. Vive compenetrado exclusivamente em sua especificidade e, em certo momento, acirra a abordagem monotemática – a exemplo da dimensão dada ao debate das cotas e do Estatuto da Igualdade Racial, desde a Conferência Mundial Contra o Racismo realizada em Durban, África do Sul, tornaram-se as principais reivindicações do movimento negro brasileiro, retirando-o dos temas políticos de grande relevância a todo povo brasileiro, como: as reformas populares (urbana, fiscal, agrária, política, educacional, comunicação), Pré-sal, política econômica, direitos sociais, etc.
A UNEGRO considera que parte importante das reivindicações dos movimentos sociais e do movimento negro passa pela discussão do desenvolvimento e pela defesa do fortalecimento e soberania da nação. Somente uma nação que desenvolve as forças produtivas, próspera, forte, soberana e que distribui riqueza, tem condições de garantir dignidade ao seu povo. Para garantir o “combate ao racismo em todas as suas formas de manifestação, particularmente as ações sistêmicas que impedem o usufruto pleno dos direitos de cidadania”, temos que lutar por um novo projeto de desenvolvimento nacional e incidir sobre ele. Contribuir na definição do modelo de desenvolvimento, eleger as prioridades, atuar contra a desigualdade, garantir a inclusão da população negra.
Somente no campo da política é possível obter resultados satisfatórios no modelo de desenvolvimento que contemple a população negra e pobre. O desenvolvimento em si não garante inclusão, melhor qualidade de vida ao povo e justiça social. O Brasil viveu momentos de grande desenvolvimento e prosperidade mantendo a desigualdade e a pobreza concentrada na população negra. A ausência de negros e negras nos espaços de poder político, tem contribuído para ineficácia da implantação das políticas de promoção da igualdade racial, para manutenção da população negra nas margens da sociedade e para a divisão e conflitos no seio do povo. Os negros e negras estão exageradamente subrepresentados nos espaços de poder dos governos municipais, estaduais e federal, dos parlamentos de todo país e em todas as instâncias judiciárias. Há algo errado na democracia brasileira que mantém a população negra distante do poder. Precisamos garantir espaços políticos equitativo para mulheres e homens negros em todas as esferas de poder, precisamos compartilhar os espaços de decisão da sociedade brasileira, sem a qual não há justiça e uma verdadeira unidade nacional.

Para isso propomos as seguintes ações e medidas:

1. Realizar seminários e estudo coletivos para aprofundar a compreensão sobre desenvolvimento e economia, a fim de elaborar a defesa de um modelo de desenvolvimento que inclua a população negra;
2. Participar das articulações e agendas unitárias dos movimentos sociais, priorizando o fortalecimento da Coordenação de Movimentos Sociais – CMS;
3. Participar das conferências de políticas públicas, dando especial atenção as seguintes conferências: saúde, educação, cidades, cultura, esporte, mulher, igualdade racial, segurança pública, direitos humanos, criança e adolescentes, segurança alimentar, LGBT;
4. Participação da UNEGRO e do movimento negro no processo eleitoral, somando as forças progressistas comprometidas com o desenvolvimento nacional com mais democracia, direitos sociais e distribuição de renda;
5. Participar das campanhas eleitorais nos estados e municípios onde estamos organizados e garantir as propostas do movimento negro nos planos de governos majoritários;
6. Apoiar e fortalecer candidaturas negras, progressistas e comprometidas com o combate ao racismo e com a promoção da igualdade racial

sexta-feira, 9 de abril de 2010

UNEGRO-PE intensifica mobilização no Recife




A organização da luta pela igualdade racial no Recife ganhou um novo impulso com a realização da 1ª plenária municipal da Unegro, na última terça- feira (30), na sede do Sindsep.

Na ocasião, os filiados da entidade fizeram uma avaliação sobre as políticas públicas e os avanços conquistados em lei pela população negra durante no governo Lula. Foram abordados temas como o Estatuto da Igualdade Racial, a cultura afro-brasileira, as perspectivas para o mundo do trabalho, a inclusão nas universidades, a luta pelos direitos humanos da população negra e a defesa das religiões de matriz africana.

Segundo uma das coordenadoras da Unegro, Fernanda Lima, o encontro é preparatório para Plenária Estadual, que acontecerá no próximo dia 24 de abril. Para isso, a entidade está intensificando sua mobilização em todo o Estado.

O vereador Luciano Siqueira foi representado na plenária pelo assessor Audísio Costa, que reafirmou o compromisso do mandato com a luta de combate ao racismo e pela garantia da igualdade de direitos. “A conquista dos direitos humanos é consequência da organização e conscientização política da sociedade. Nesse sentido, mesmo reconhecendo os inegáveis avanços conquistados no atual governo, devemos continuar empenhados para superar os preconceitos que ainda existem na sociedade”, avaliou.

História- Fundada em 14 de julho de 1988, na Bahia, a Unegro (União de Negros pela Igualdade) defende a idéia de que “a unidade do movimento negro brasileiro é fator fundamental para o fortalecimento e avanço da luta pela superação do racismo e promoção da igualdade social entre negros e brancos” e defende a criação e implementação de políticas públicas voltadas à valorização e melhoria das condições dos negros no Brasil.

Fonte: Site de Luciano Siqueira

UNEGRO-PE firma laços com o Canarinho Futebol Clube de Goiana




Domingo (21), a coordenação executiva da UNEGRO (União de Negros Pela Igualdade) foi até a cidade de Goiana, bairro do Gambá, para realizar uma reunião plenária com o time Canarinho Futebol Clube.
Na ocasião, foi selada uma parceria entre o futebol e a luta racial. Todos os dirigentes, colaboradores (as) e jogadores se filiaram a UNEGRO. O Canarinho Futebol Clube foi fundado em 11 de novembro de 1994 e faz um ano que a UNEGRO vem participando das atividades do Clube.

Do Recife,
Elaine de Paula

segunda-feira, 5 de abril de 2010

NegroSambaSim retorna ao Mercado da Ribeira‏

Apartir de abril, os apreciadores de um bom samba de raiz poderão curtir o ritmo no Mercado da Ribeira, sítio histórico de Olinda. A apresentação faz parte do Projeto NegroSambaSim que visa, dentre outros pontos, valorizar, promover e fortalecer a identidade do samba em Pernambuco. O evento, que também objetiva valorizar a capoeira e as manifestações culturais afro-descendentes, terá início no dia 11 de abril, a partir das 15h.



A abertura da primeira apresentação do ano do projeto NegroSambaSim contará com a participação do grupo Abaúna Capoeira e convidados. A Associação Cultural Desportiva Abaúna Capoeira, como foi batizada, existe há mais de oito anos no bairro do Totó, na Zona Oeste do Recife.



Após o gingado dos capoeiristas, o mercado será palco da malemolência das rodas de samba. O som ficará por conta de Karynna Spinnelly, Lenon Galeria, Alexa e Sambalanço.



A recifense Karynna Spinnelly comprova o amor que sente ao ritmo através da carreira solo, da qual já lançou um cd. Já a baiana radicada no Recife, Allexa, está preparando o segundo cd da sua carreira, com previsão de lançamento para junho deste ano. Outro sambista que irá animar o Mercado é o Lenon Galeria. O cantor já foi puxador de samba da Escola Galeria do Ritmo e
membro das principais rodas de samba do Recife, como Pagode do Didi, Samba do Peninha


As apresentações do projeto acontecerão sempre no primeiro domingo de cada mês e contarão com a presença de capoeiristas e sambistas pernambucanos.


O *NegroSambaSim* é um projeto que visa atender a uma lacuna de Olinda, que é um espaço fixo para o samba de raiz, especialmente aos produzido pelos artistas locais. Ao mesmo tempo, a União de Negros pela Igualdade, a UNEGRO, entidade criadora do projeto, acredita que o NegroSambaSim é uma plataforma de visibilidade para a cultura e esporte locais afro-descendentes, em um espaço que guarda importantes memórias sobre o triste passado do tráfico de escravos, o Mercado da Ribeira.

Serviço:

Projeto NegroSambaSim

Local: Mercado da Ribeira, sítio histórico de Olinda

Data: 11.04.2010

Hora: 15h

Atrações: Karynna Spinnelly, Lenon Galeria, Allexa, Sambalanço e Abaúna Capoeira e convidados.

Evento gratuito

terça-feira, 30 de março de 2010

1ª Plenaria Municipal


1ª Plenaria Municipal


CONVIDA,
A todos e todas a desconstruir e construir uma nova sociedade, responsável com a igualdade racial. E para isso temos que dar um passo a mais.


Data: 30 de março de 2010
Local: SINDSEP-PE Rua João Fernandes Vieira,67 Boa Vista Recife
Hora: 18 horas

A VOLTA DO NEGROSAMBASIM!!!!!!!!

terça-feira, 23 de março de 2010

Experiências em construir uma grande entidade

Jairo Junior *
Construir uma entidade não é fácil, além do mais quando esta entidade tem por objetivo melhorar a vida das pessoas através de ações voluntárias que permitam uma maior integração entre países.
Com a Associação de Amizade Brasil Angola, AABA, não foi diferente:

Surgida de uma constatação feita por três companheiros e amigos, que tratava da necessidade de mantermos e buscar ampliar a relação com o continente africano, em especial Angola.

Pois bem, estes personagens eram Aldo Rebelo, ex-presidente da Câmara dos Deputados, ex- Ministro de Estado e pioneiro na institucionalização da relação do nosso país com Angola, pois quando era Presidente da Câmara dos Deputados constituiu o Grupo Parlamentar Brasil-Angola e "colocou" na presidência nada mais nada menos que o atual governador de Pernambuco, que á época era Deputado federal. Aldo construiu sua militância lendo e estudando entre outros, os textos e poemas de Agostinho Neto, líder da libertação de Angola e Chefe do MPLA, Movimento Pela Libertação de Angola.

O outro personagem era o atual vereador por São Paulo, pelo PCdoB, Netinho de Paula. Cantor, compositor, empresário e apresentador de TV, talvez, dos três, o que mais familiaridade tinha com os problemas, necessidades e esperanças do povo angolano. Artista de rara sensibilidade e que enxerga nas ações originadas pela ideia de fundação da entidade, mecanismos que ampliem as possibilidades de ajuda aos "manos" de lá.
E eu, era o terceiro, que na minha formação profissional e militante sempre tive a África, seja em estudo, pesquisa, trabalho e lazer, como referência. Também admirador da luta heroica do povo angolano pela sua independência e depois por sua libertação.
Pois bem, estes, apoiados na ideia do Aldo Rebelo de criar a Associação de amizade, autorizaram-me a convidar o nosso amigo e, de longe, a principal referência brasileira em Angola e na África toda, que é Martinho da Vila.

Martinho além de agarrar com entusiasmo a idéia, contribuiu de forma decisiva pela constituição da entidade: AABA.

O trabalho que daí derivou não foi fácil, afinal a ideia era excelente mais não tínhamos nada de aporte material para começar. Mas fomos a luta. Foi autorizado de escrever uma proposta de estatuto, de logo, de composição de diretoria e regimento. E foi feito, com inestimável ajuda do Celso Sancivieiro Lousada, economista e presidente da Confederação Brasileira de Esporte Eletrônico, o advogado dr. Mafia, filho do conhecido médico do Corinthians, dr. Hélio Máfia e também do ex-árbitro José de Assis Aragão.

Simultaneamente a esta elaboração mais teórica, sim "teórica", por que tínhamos que elaborar propostas de programa, estatutos, funcionamento, etc, tínhamos que ao mesmo tempo buscar adesão para compor a diretoria.

Pois a ideia era fazer uma direção ampla, plural, suprapartidária, apartidária e que não se pautasse exclusivamente e nem explicitamente pelo combate ao racismo. A definição era constituir uma entidade que promovesse o intercâmbio e integração entre os dois países e continentes. E para isso era fundamental que envolvêssemos todos os seguimentos, empresários, políticos, esportistas, artistas e personalidades em geral.
Confesso que fiquei surpreso com o nível de adesão e receptividade da ideia. Mesmo aqueles que não aceitaram compor a diretoria demonstraram total concordância com a proposta.

E assim foi: Personalidades sugeridas como: Leci Brandão, Alcione, Aldine Muller, Jorge Aragão, Alcione, Nicole Puzzi, Lidia Correa, Roberta Miranda, Rapp Hood, Sergio Mambertti entre outros que são artista de renome e que não têm muito tempo a dedicar a reuniões planejamentos e ações executivas contribuem emprestando seus enormes prestígios a causa.

O fato de termos entre os nomes que compõem a nossa entidade como o ministro Orlando Silva, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o professor Mourão, conselheiro do Presidente Angolano Eduardo dos Santos, o empresário e professor angolano radicado no Brasil, Fernando Mukulukússu, dão a entidade espaço, abertura e indispensáveis a nossa dura caminhada.

A excelente contribuição do Dr. Nelson Abreu, presidente da Confederação Nacional de Turismo, membro do nosso Conselho Diretivo, nos cedendo um espaço onde funciona a nossa sede nacional, foi fantástico.

E hoje após três anos de trabalho difícil, mas recompensador, comemoramos lançando o Primeiro Numero da nossa revista: "Brasil-Angola" cujo lançamento está previsto para segunda-feira dia 15 de março, as 19h00 no auditório Pedroso Horta da Assembleia Paulista, deixa-nos muito felizes.

A sensação de que embora haja muita a ser feito cumprimos bem o nosso papel é muito gratificante.

A revista que se propõe inicialmente ser bimestral, objetiva ser uma ferramenta a mais para divulgar, refletir e informar as ações que estão sendo desenvolvidas não só pela AABA, mas pelos os principais atores sociais e públicos dos nossos países.

Será um instrumento que somado ao sitio que já existe, serviram para aglutinar as pessoas que querem participar do processo e se envolver com as ações desenvolvidas de forma permanente pela Associação.

As parcerias com a Embaixada de Angola, com os Consulados do Rio de Janeiro e de São Paulo, com a representação Comercial de Angola no Brasil, com a TAAG (Empresa Aérea Angolana) com a Associação dos "Palancas Negras" em São Paulo. São fundamentais para os passos futuros.

A promoção, incentivo, divulgação e execução de intercâmbios nos terrenos cultural, turísticos, educacional, esportivo, ambiental e comercial a nossa missão e ficamos satisfeitos quando olhamos para trás e vemos o quanto que nós ja andamos, quanto que já fazemos. Mas temos plena consciência de que muito ainda há que ser feito.

Concentramos esforços para constituir em São Paulo uma "Casa de Angola" a exemplo do que já existe em Salvador e em Osasco, pensamos que tal espaço serviria para que os angolanos que habitam esta importante cidade pudessem ser reunir, debater, re-encontrar amigos e conviverem de certa forma. Serviria também para que os Brasileiros conhecessem mais sobre Angola e mesmo a África. Achamos que seria um bom dia inaugurarmos tal espaço no dia 25 de janeiro dia em que as duas cidades foram fundadas.

Angola é um país que está em processo inicial, ainda, de reconstrução. Tem um governo forte, com apoio popular. Seus lideres sabem o que querem e para onde querem ir. Têm capacidade e competência para gerir seus destinos e nós que reconhecemos suas lutas, respeitamos sua soberania, e amamos seu povo fazemos o possível que este desenvolvimento e progresso necessário se dêem o mais rápido possível e somos parceiros destes sonhos e lutaremos juntos por estes objetivos.

As nossas experiências, esperanças e alegria estarão a serviço da causa maior que é o bem estar do povo de lá e de cá, estejam eles lá ou cá.

Viva a Amizade Brasil-Angola


* Presidente Associação Brasil Angola (AABA); Diretor do Centro Cultural Africano (CCA); Coordenador do Congresso Nacional de Capoeira (CNC)

Mandela e Martinho: das vilas para o mundo

Jairo Junior *
Comemorou-se na África e em vários locais do mundo os 20 anos do fim do apartheid, sistema segracionista que perdurou na África do Sul por cinco décadas. E o marco do fim deste perverso e cruel regime foi a libertação, em fevereiro de 1990, do líder Nelson Rolihlahla Mandela. Principal representante do movimento anti-apartheid, considerado pelos povos um guerreiro em luta pela liberdade. Um herói que deu ao mundo lições de politica, resistência e determinação.
A sua perseverante luta emocionou o mundo, que até o reverencia. Talvez uma das duas personalidades mais marcantes do século passado, e que já marca também o século atual. Ao lado de Fidel Castro, líder cubano, sem dúvida nenhuma é um dos maiores líderes da nossa época.

De etnia Xhosa, Mandela nasceu na pequena vilao de Qunu, distrito de Umtata, na região do Trans kei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai morreu logo depois, e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.

Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.

Depois da fajuta e contestada eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955), que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid.

Mandela e seus camaradas foram obrigados a recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.

Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.

Em agosto de 1962, Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964, foi condenado à prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por ser acusado injustamente de conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela negou e nega).

No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou um símbolo da oposição ao apartheid e o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em todo o mundo.

Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos.

Nelson Mandela recebeu o Prêmio Nobel da paz em 1993, em uma solenidade marcada pela polêmica divisão do prêmio com o seu algoz de quase três decadas. Provocado pelo seu antecessor na entrega do prêmio, Mandela respondeu a altura, sendo ovacionado pelos presentes.

Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição de forma exemplar, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa. O que não foi fácil, pois o que ocorreu naquele país foi uma verdadeira revolução, nada pacifica, muito pelo contrário. Foi cruel e cruenta, muitas mortes e provocações que foram enfrentadas de forma firme e flexivél por Mandela e o CNA, que tinha em seu seio a forte presença dos comunistas do Partido da África do Sul.

Por esta razão, comemorar os vinte anos do fim do apartheid é comemorar a vitória incontestavél da maioria sofrida e explorada do povo daquele importante país da África, que animou todo o mundo progressista em pleno apogeu da crise do Socialismo

Mas também foi em fevereiro que nasceu o nosso Martinho José Ferreira, em Duas Barras, Rio de Janeiro, em 12 de fevereiro de 1938. Filho de lavradores da Fazenda do Cedro Grande, veio para o Rio de Janeiro com apenas 4 anos. Cidadão carioca criado na Serra dos Pretos Forros, sua primeira profissão foi como Auxiliar de Químico Industrial, função aprendida no curso intensivo do SENAI.

Um pouco mais tarde, enquanto servia o exército como Sargento Burocrata, cursou a Escola de Instrução Especializada, tornando-se escrevente e contador, profissões que abandonou em 1970, quando deu baixa para se tornar cantor profissional.

Sua carreira de cantor profissional iniciou-se, na verdade, no início de 1969 quando lançou o LP intitulado Martinho da Vila, que foi o maior sucesso do Brasil em execução e vendagem, com grandes sucessos como Casa de Bamba e O Pequeno Burguês e outras que se tornaram clássicos - Quem é Do Mar Não Enjoa, Iaiá do Cais Dourado e Tom Maior.
Ai "nascia" Martinho da Vila, das vilas, dos sambas, das lutas.

Nacionalmente conhecido como sambista, Martinho da Vila é um legítimo representante da MPB, com várias composições gravadas no exterior e considerado por muitos críticos como o melhor cantor do Brasil, interpretando músicas dos mais variados ritmos.

Embora compositor indutivo e cantor sem formação acadêmica, tem uma grande ligação com a música erudita e idealizou, em parceria com o maestro Leonardo Bruno o Concerto Negro, espetáculo sinfônico que enfoca a participação da cultura negra na música erudita. Participou do projeto Clássicos do Samba, sob a regência do saudoso maestro Sílvio Barbato. Além de compositor e cantor, é escritor autor de 10 livros.

Mas a comemoração deste artigo que registra com alegria o 72º aniversário deste grande mestre que é na verdade um mito do samba e das causas da negritude. Todo sambista o reverencia e respeita, todos. Zeca Pagodinho ao grupo Revelação, do Jorge Aragão a Leci Brandão, de Alcione a Beth Carvalho e com razão, pois em um momento em que o samba era mal visto pelas elites e até por outras parcelas da população no Brasil, ele emplacou suas composições nos festivais e, a partir daí, o Brasil, ainda bem, jamais deixou de ouvir falar no Martinho da Vila.

Mas o que este humilde escrivinhador faz questão de registrar que é como militante de uma causa que este cidadão do mundo deixa exemplos em suas atitudes. Com sua música e através dela conheceu o mundo, chegou à África e lá encontrou suas origens e até hoje é figura fundamental nas lutas que travamos. Não só na aproximação do nosso país com o continente africano, notadamente Angola, mas também principalmente por alinhar sua sensibilidade poética com a nitidez de rumos. Sua capacidade artística com a consciência social.

Vida longa ao nosso Martinho, nós que somos companheiros de luta e de sonhos desejamos muitos, mas muitos anos de vida e muita felicidades.

Que a Vila Isabel, cujo samba enredo que leva a avenida é de sua autoria, seja iluminada para como de costume estar à altura de Noel Rosa e de Marinho da Vila, sempre!!! A luta continua mas nós estamos acostumados com o balanço do mar e não enjoaremos.

Axé!!!!



* Presidente Associação Brasil Angola (AABA); Diretor do Centro Cultural Africano (CCA); Coordenador do Congresso Nacional de Capoeira (CNC)