domingo, 27 de março de 2011

Seminário Discriminação Racial Contra a Mulher Negra

A Gerência de Políticas Educacionais em Direitos Humanos , Diversidade e Cidadania(GEDH) com parceria e assento no Fórum de Educação, Diversidade Étnico-Racial de Pernambuco, tem uma atuação, intimamente, ligada às atividades desenvolvidas sobre educação para as relações étnico-raciais. Sendo esse o caminho de desmistificação do mito democracia racial e promovendo ações condizentes na Lei nº 10.639/03 e sua modificação na Lei nº 11.645/08. Em vista disso, tendo o mês de março com as datas significativas do: Dia Internacional da Mulher (08 de março); e Dia Internacional Contra Discriminação Racial (21 de Março) torna-se necessário um espaço de debate sobre a temática em tela. Diante disso, será realizado o Seminário Discriminação Racial Contra a Mulher Negra, que ocorrerá no dia 31 de março, no auditório da Secretaria de Educação, das 08h às 12 h. Na programação teremos as expositoras: Drª Maria Bernadete (Promotora de Justiça do Ministério Público de Pernambuco); Marta Almeida ( Coordenadora do Fórum de Educação, Diversidade Étnico-Racial de Pernambuco ; e a Profª Valdenice Batista(Escola Maria Gayão Pessoa Guerra (GRE Metropolitano Norte).

Programação:

08h00 - Cadastramento

08h30min. - Abertura Marta Lima, Gerente da GEDH

08h45min. - Exibição do vídeo de sensibilização

“Boneca preta boneca branca- é de doer na alma”

09h00

Coordenadora de Mesa: Profª Esp.Judite Felix

Tema: Lei nº 10.639/03 conquista para a Educação das Relações Étnico- Raciais

1ª Expositora: Drª Maria Bernadete Martins de Azevedo Figueroa

Promotora de Justiça do Ministério Público de Pernambuco - MP/PE

Tema: Discriminação Racial contra a Mulher Negra

2ª Expositora: Marta Almeida Filha

Membro do Fórum de Educação, Diversidade Étnico-Racial de Pernambuco

Tema: Experiências Pedagógicas contra o Racismo em Sala de Aula

3ª Expositora: Profª Valdenice Lopes Batista

Escola Maria Gayão Pessoa Guerra (GRE Metropolitano Norte)

11h00 - Debate

Exibição do vídeo de sensibilização

“Racismo é burrice”- Gabriel Pensador

12h00 - Encerramento

Racismo e Psirico Zulu Araujo‏

No início do mês de março o mundo da moda foi sacudido com uma notícia bombástica. Um dos maiores estilistas do mundo, John Galliano, foi demitido da famosa grife Dior. Antes, havia sido preso e processado pela polícia francesa, por haver xingado e proferido palavras racistas e antissemitas a um casal de judeus, durante um breve entrevero num bar parisiense. A notícia correu mundo, foi objeto de análises, comentários e discussões em blogs, jornais, revistas e o que mais houvesse de mídia na face da terra.

Até mesmo a ganhadora do Oscar 2011, Natalie Portman, se pronunciou de maneira drástica acusando o famoso estilista de nojento e asqueroso e que jamais voltaria a trabalhar com ele. Enfim, uma punição exemplar para uma prática inaceitável no mundo civilizado. Ainda no mês de março, carnaval de Salvador, Camarote do Reino, circuito Barra/Ondina, o cantor Márcio Vitor, líder da Banda Psirico, um dos sucessos do carnaval baiano, é xingado e agredido com palavras racistas por um empresário baiano, (preto, pobre e fedorento) em plena folia, na presença de milhares de pessoas. Márcio Vitor reage, chama a polícia, pede a prisão do criminoso, xinga, manda ele enfiar o seu dinheiro no cofrinho. A polícia leva o meliante preso e o solta logo depois com a desculpa de que não havia queixa formalizada contra o mesmo e nada acontece.

Estes dois episódios são marcantes para compreendermos a luta contra o racismo nos dias de hoje ou de como a força, a consciência e o poder de uma comunidade podem fazer a diferença no exercício da cidadania e da igualdade e de como a fragilidade, a ingenuidade e a tolerância com a discriminação produzem estragos fenomenais na auto estima do nosso povo. Enquanto o episódio ocorrido em Paris (aparentemente uma briga de bar entre um bêbado e um casal conservador) gerou comoção mundial e uma pronta e dura resposta de uma das maiores empresas do mundo da moda, mesmo arriscando o seu faturamento e imagem, na Bahia, fato semelhante contra um artista negro, não passou de algo pitoresco ocorrido no meio da folia momesca.

Com raras exceções, como a declaração da Vereadora da capital baiana - Olívia Santana, que apesar de discordar das composições misógenas e de baixo nível, com que o cantor tem brindado o público baiano, declarou estar indignada e solidária ao artista, por conta da discriminação sofrida, nenhum outro grande nome do estrelato baiano manifestou-se, seja do mundo da cultura ou do mundo da política.

Para completar uma curiosidade: a Bahia possui duas secretarias de promoção da igualdade. A mudez foi total. Nem mesmo os donos do Camarote do Reino, do qual o tal empresário era convidado, manifestaram-se. Nem o mais leve pedido desculpas ocorreu. Aliás, até o próprio ofendido, declarou que sua resposta seria cantando e que não tomaria nenhuma medida judicial sobre o caso. Como se um canto de louvor a raça pudesse num passo de mágica converter racistas ao convívio da igualdade e eliminar a ofensa que foi cometida não apenas contra o cantor, mas a maioria da população baiana.

É muito pouco. Pouco mesmo, para uma cidade que possui mais de 85% de sua população de origem negra e que orgulha-se de ter um movimento negro forte e organizado e que produz uma das festas populares mais importantes do mundo, gerando milhões e milhões de reais que são apropriados, de forma no mínimo imoral, por parte de uma elite provinciana, insensível, racista e conservadora. E, é esta diferença brutal de consciência e poder nestes dois episódios que têm me deixado preocupado. Sei perfeitamente que a cultura do racismo está impregnada em nossa sociedade fundamente, fruto da nossa história escravocrata. Sei também que as políticas públicas de promoção da igualdade ainda são incipientes em nosso país.

Também não acredito que o racismo será superado apenas com medidas punitivas, pois esta manifestação odiosa do ser humano é tão antiga quanto sua própria existência. Mas, não podemos perder a oportunidade, de em situações como estas deixar de exercitar, na plenitude, o que está posto em nossa legislação. RACISMO É CRIME. E como tal deve ser tratado. Enfim, a Copa do Mundo está vindo aí, e os racistas de plantão podem nos deixar numa situação vexatória. Vale a pena inspirar-se no exemplo da Dior, até porque o respeito a diversidade não pode ser apenas uma figura de retórica para discursos acadêmicos ou em períodos de campanha eleitoral, tem que estar presente no nosso dia a dia, em particular nas nossas festas populares, que são a expressão maior, no plano da cultura desta grande diversidade cultural que é o Brasil. Toca a zabumba que a terra é nossa.

Zulu Araújo é arquiteto, produtor cultural e militante do movimento negro brasileiro. Foi Diretor e Presidente da Fundação Cultural Palmares (2003/2011).


Ato Público pela Retirada das Tropas do Haiti

“ PRESIDENTA DILMA, O HAITI PRECISA DE MÉDICOS,
ENFERMEIROS E PROFESSORES, NÃO DE SOLDADOS!”


Com a presença de Fignolé St-Cyr - Secretário Geral da CATH
- Central Autonoma dos Trabalhadores do Haiti



Recife, 31/03 (quinta) - 18h

Local: Sindsep/PE

Rua Fernandes Vieira, 67 - Boa vista


ENTIDADES PATROCINADORAS

Central Única dos Trabalhadores - PE,

Movimento Negro Unificado,

MST/PE


Sintrajuf/PE
(Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário; Federal em PE),

Simpere
(Sindicato dos Professores Municipais do Recife),

SindUPE
(Servidores da Universidade Estadual de PE),

Sindsep-PE
(Sindicato dos Servidores Federais em PE),

ATEFN
(Associação dos Trabalhadores Ex-Ferroviários do Nordeste) e

Sindse rp
(Sindicato dos Servidores Municipais de Lagoa de Itaenga).i

DENUNCIA‏

À TODOS,
AS IMAGENS QUE ENVIO AGORA,
SÃO DE UM EX-ALUNO MEU,
DE NOME VALTER,
O MESMO VIVIA SENDO OBJETO DE CHACOTA,
BULLING, E ASSEDIO MORAL DA VICE DIRETORA DA ESCOLA MUNICIPAL SÃO CRISTOVÃO NO BAIRRO DO GUABIRABA,
ESTE GAROTO, PAROU DE FREQUENTAR A ESCOLA,
SEUS COLEGAS VIVIAM FAZENDO CHACOTAS DE SUA CONDIÇÃO DE VIDA,
E DE SUA MANEIRA DE SE APRESENTAR,
UMA VEZ,
TIVE QUE CHAMAR PESSOALMENTE ATENÇÃO DA VICE-DIRETORA , MARIA JOSÉ, PARA QUE PARASSE DE ZOMBAR DO MENINO,
QUE ISSO PODERIA CAUSAR-LHE UM DANO,
ELA LEVOU TUDO NA BRINCADEIRA,
E DISSE QUE O QUE ELA FAZIA NÃO ATINGIA O ESTUDANTE,
MAS O FATO É QUE ELE DESAPARECEU DA ESCOLA SEM FECHAR SEU CICLO FUNDAMENTAL,
TIVE UMA CONVERSA PARTICULAR COM A VICE DIRETORA, NA PRESENÇA DA PROFESSORA GIULIANA,
ESCLARECENDO A QUESTÃO LGBT E DA DIVERSIDADE,
ELA ACHO TUDO MUITO FOLCLORICO,
E DEU POR ENCERRADO O ASSUNTO,
MAS O GAROTO DESAPARECEU,
APESAR DOS MEUS INSISTENTES PEDIDOS PARA QUE ELE NÃO ABANDONASSE A ESCOLA.
ELE SE INTITULAVA CONDESSA RAVANA,
E ERA MOTIVO DE DESRESPEITO CONSTANTE DA DIREÇÃO E ALUNOS,
DESTA FORMA,
ACABEI TENDO QUE MONTAR UMA OFICINA DE SENSIBILIZAÇÃO CONTRA A HOMOFOBIA E DIREITOS HUMANOS,
MESMO ASSIM
A PERDA SE CONSUMOU.
AONDE ESTA VALTER?
PEÇO AJUDA AOS AMIGOS NO SENTIDO DE ENCAMINHAR O CASO AS AUTORIDADES COMPETENTES.
HOUVE TAMBÉM O CASO DO PROFESSOR RUFINO, TAMBÉM VÍTIMA DE HOMOFOBIA DA MESMA REFERIDA VICE-DIRETORA MARIA JOSÉ,
QUE LHE EXPULSOU DA ESCOLA.
E POR FIM ATÉ EU, SOU E FUI VITIMA DA MESMA,
DESDE QUE CHEGUEI A ESCOLA ELA VIVE ME TRATANDO COM GRITOS E PERSEGUIÇÕES,
ASSÉDIO MORAL E HOMOFOBIA.
ESTOU EM TRATAMENTO PARA DEPRESSAÕ E NÃO SEI O QUE FAZER.


Manuel Romário Saldanha Neto

filósofo, arte-educador, agente sócio-cultural

REDE NACIONAL AFRO-LGBT/PE

MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO-PE