Jairo Junior *
Construir uma entidade não é fácil, além do mais quando esta entidade tem por objetivo melhorar a vida das pessoas através de ações voluntárias que permitam uma maior integração entre países.
Com a Associação de Amizade Brasil Angola, AABA, não foi diferente:
Surgida de uma constatação feita por três companheiros e amigos, que tratava da necessidade de mantermos e buscar ampliar a relação com o continente africano, em especial Angola.
Pois bem, estes personagens eram Aldo Rebelo, ex-presidente da Câmara dos Deputados, ex- Ministro de Estado e pioneiro na institucionalização da relação do nosso país com Angola, pois quando era Presidente da Câmara dos Deputados constituiu o Grupo Parlamentar Brasil-Angola e "colocou" na presidência nada mais nada menos que o atual governador de Pernambuco, que á época era Deputado federal. Aldo construiu sua militância lendo e estudando entre outros, os textos e poemas de Agostinho Neto, líder da libertação de Angola e Chefe do MPLA, Movimento Pela Libertação de Angola.
O outro personagem era o atual vereador por São Paulo, pelo PCdoB, Netinho de Paula. Cantor, compositor, empresário e apresentador de TV, talvez, dos três, o que mais familiaridade tinha com os problemas, necessidades e esperanças do povo angolano. Artista de rara sensibilidade e que enxerga nas ações originadas pela ideia de fundação da entidade, mecanismos que ampliem as possibilidades de ajuda aos "manos" de lá.
E eu, era o terceiro, que na minha formação profissional e militante sempre tive a África, seja em estudo, pesquisa, trabalho e lazer, como referência. Também admirador da luta heroica do povo angolano pela sua independência e depois por sua libertação.
Pois bem, estes, apoiados na ideia do Aldo Rebelo de criar a Associação de amizade, autorizaram-me a convidar o nosso amigo e, de longe, a principal referência brasileira em Angola e na África toda, que é Martinho da Vila.
Martinho além de agarrar com entusiasmo a idéia, contribuiu de forma decisiva pela constituição da entidade: AABA.
O trabalho que daí derivou não foi fácil, afinal a ideia era excelente mais não tínhamos nada de aporte material para começar. Mas fomos a luta. Foi autorizado de escrever uma proposta de estatuto, de logo, de composição de diretoria e regimento. E foi feito, com inestimável ajuda do Celso Sancivieiro Lousada, economista e presidente da Confederação Brasileira de Esporte Eletrônico, o advogado dr. Mafia, filho do conhecido médico do Corinthians, dr. Hélio Máfia e também do ex-árbitro José de Assis Aragão.
Simultaneamente a esta elaboração mais teórica, sim "teórica", por que tínhamos que elaborar propostas de programa, estatutos, funcionamento, etc, tínhamos que ao mesmo tempo buscar adesão para compor a diretoria.
Pois a ideia era fazer uma direção ampla, plural, suprapartidária, apartidária e que não se pautasse exclusivamente e nem explicitamente pelo combate ao racismo. A definição era constituir uma entidade que promovesse o intercâmbio e integração entre os dois países e continentes. E para isso era fundamental que envolvêssemos todos os seguimentos, empresários, políticos, esportistas, artistas e personalidades em geral.
Confesso que fiquei surpreso com o nível de adesão e receptividade da ideia. Mesmo aqueles que não aceitaram compor a diretoria demonstraram total concordância com a proposta.
E assim foi: Personalidades sugeridas como: Leci Brandão, Alcione, Aldine Muller, Jorge Aragão, Alcione, Nicole Puzzi, Lidia Correa, Roberta Miranda, Rapp Hood, Sergio Mambertti entre outros que são artista de renome e que não têm muito tempo a dedicar a reuniões planejamentos e ações executivas contribuem emprestando seus enormes prestígios a causa.
O fato de termos entre os nomes que compõem a nossa entidade como o ministro Orlando Silva, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o professor Mourão, conselheiro do Presidente Angolano Eduardo dos Santos, o empresário e professor angolano radicado no Brasil, Fernando Mukulukússu, dão a entidade espaço, abertura e indispensáveis a nossa dura caminhada.
A excelente contribuição do Dr. Nelson Abreu, presidente da Confederação Nacional de Turismo, membro do nosso Conselho Diretivo, nos cedendo um espaço onde funciona a nossa sede nacional, foi fantástico.
E hoje após três anos de trabalho difícil, mas recompensador, comemoramos lançando o Primeiro Numero da nossa revista: "Brasil-Angola" cujo lançamento está previsto para segunda-feira dia 15 de março, as 19h00 no auditório Pedroso Horta da Assembleia Paulista, deixa-nos muito felizes.
A sensação de que embora haja muita a ser feito cumprimos bem o nosso papel é muito gratificante.
A revista que se propõe inicialmente ser bimestral, objetiva ser uma ferramenta a mais para divulgar, refletir e informar as ações que estão sendo desenvolvidas não só pela AABA, mas pelos os principais atores sociais e públicos dos nossos países.
Será um instrumento que somado ao sitio que já existe, serviram para aglutinar as pessoas que querem participar do processo e se envolver com as ações desenvolvidas de forma permanente pela Associação.
As parcerias com a Embaixada de Angola, com os Consulados do Rio de Janeiro e de São Paulo, com a representação Comercial de Angola no Brasil, com a TAAG (Empresa Aérea Angolana) com a Associação dos "Palancas Negras" em São Paulo. São fundamentais para os passos futuros.
A promoção, incentivo, divulgação e execução de intercâmbios nos terrenos cultural, turísticos, educacional, esportivo, ambiental e comercial a nossa missão e ficamos satisfeitos quando olhamos para trás e vemos o quanto que nós ja andamos, quanto que já fazemos. Mas temos plena consciência de que muito ainda há que ser feito.
Concentramos esforços para constituir em São Paulo uma "Casa de Angola" a exemplo do que já existe em Salvador e em Osasco, pensamos que tal espaço serviria para que os angolanos que habitam esta importante cidade pudessem ser reunir, debater, re-encontrar amigos e conviverem de certa forma. Serviria também para que os Brasileiros conhecessem mais sobre Angola e mesmo a África. Achamos que seria um bom dia inaugurarmos tal espaço no dia 25 de janeiro dia em que as duas cidades foram fundadas.
Angola é um país que está em processo inicial, ainda, de reconstrução. Tem um governo forte, com apoio popular. Seus lideres sabem o que querem e para onde querem ir. Têm capacidade e competência para gerir seus destinos e nós que reconhecemos suas lutas, respeitamos sua soberania, e amamos seu povo fazemos o possível que este desenvolvimento e progresso necessário se dêem o mais rápido possível e somos parceiros destes sonhos e lutaremos juntos por estes objetivos.
As nossas experiências, esperanças e alegria estarão a serviço da causa maior que é o bem estar do povo de lá e de cá, estejam eles lá ou cá.
Viva a Amizade Brasil-Angola
* Presidente Associação Brasil Angola (AABA); Diretor do Centro Cultural Africano (CCA); Coordenador do Congresso Nacional de Capoeira (CNC)
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